Vasp: Fim melancólico

Fundada no dia 4 de novembro de 1933 , com um capital de 400 contos de réis reunido por 72 empresários, a Viação Aérea São Paulo – VASP – já foi a melhor, mais bem equipada e mais pontual empresa aérea brasileira. No início enfrentou muitas dificuldades e para poder decolar foi preciso que o Interventor do Estado à época, Armando de Salles Oliveira, autorizasse o governo do Estado a assumir 90% do contrôle acionário da companhia o que se deu em 1936.

Aos poucos a VASP foi se agigantando e ganhando a preferência dos passageiros, mas, infelizmente, as suas administrações, a partir da década de 70, não acompanharam a sua grandeza e ela acabou indo a leilão no dia 4 de setembro de 1990 por deter minação do então governador Orestes Quércia.

Preferiu o preço irrisório pago por um empresário seu amigo, ao trabalho de sanear as dívidas da empresa. O arremate de 60% das ações, por 43 milhões de dólares, foi de Wagner Canhedo que já tinha acumulado uma fortuna como empresário do ramo de transporte rodoviário de carga e de passageiros. Ele recebeu uma VASP endividada, porém, com um patrimônio avaliado em 700 milhões de dólares e uma frota de 32 aviões, sendo 29 Boeings e 3 Air Bus. No dia que tomou posse na sua presidência, 1° de outubro de 1990, ouvido pelo repórter Pedro Luiz Ronco, da rádio Bandeirantes AM, Canhedo prometeu para a VASP e seus funcionários um futuro promissor, muito diferente do que viria a cumprir transformando-a num amontoado de sucatas.

Aos empregados nada restou além de uma montanha de protocolos referentes a ações que se arrastam morosamente na Justiça do Trabalho.

http://webcast.sambatech.com.br/002E76/account/65/8/media/audio/2c9f94b53352e38d013366f2e83412b7/VASPWAGNERCANHEDO.mp3

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

5 comentários

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  • Este é o país q vivemos, justiça pra lá de morosa e cega, mas qdo lhes convém nunca é cega e morosa. Basta um empresário poderoso bater a sua porta, q as decisões são rápidas e sempre a favor destes mesmos.Mas pro povão q lá batem a sua porta, aguardam anos a fios, pra uma decisão q nada surpreende, sempre do lado do mais fortes e poderosos, e depois ainda dizem q temos Justiça. E os senhores juízes, os intocáveis, fazem de conta q vivem num país da Alice, o das MARAVILHAS, claro q pra eles sempre foi e será os da MARAVILHA mesmo ! Nem CNJ consegue afetá-los. E pra população resta entrarmos nestes sites e deixar a nossa indignação.

  • Sr. Milton, quando li “Vasp: Fim melancólico”, pensando que seria uma reportagem com TODA A HISTÓRIA do fim da VASP e resolvi clicar no link da reportagem. Mas fiquei decepcionado com a reportagem. Não foi nem um resumo do que aconteceu com a empresa. Inclusive lembra quando a Vasp foi comprada por 1 real?. Bem sugiro que refaça a reportagem, pois o assunto é muito interessante.

    Obrigado pela atenção.

  • Milton, voce só não mencionou que foi funcionário da VASP na década de 50. Cara, nós trabalhamos juntos lá, na contabilidade, lembra de mim? Egas, nós até jogamos futebol, eu atacante e voce goleiro. Um abraço.

  • Milton, Apenas para restabelecer a História. Com precisão, a decadência da VASP se iniciou em 1979 quando o Sr. Maluf, governador de São Paulo à época, colocou na presidência da empresa um dos delegados da ARENA que o elegeram, o Sr. Geraldo Meira Silva, proprietário de uma loja de calçados em Ribeirão Preto. Até então a VASP ia muito bem. Quando o Governador Laudo Natel assumiu o governo, em 1971, a VASP tinha 3 Boeing 737. No fim de seu governo, tinha a maior frota de Boeing 737 da América, com 23 aparelhos. Curiosamente essa frota foi reduzida para 21 aviões no fim do governo de seu sucessor, Paulo Egydio, já que dois 737 foram cedidos à Presidencia da República, os posteriormente apelidados de “sucatinhas”.

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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