Quem se lembra do que fazia no dia Onze de Setembro de 2001?

Essa é uma data inesquecível para milhões de pessoas em todo o mundo.  Você, o que fazia no exato momento em que fanáticos seguidores de Osama Bin Laden jogaram os dois Boeings que pilotavam, contra as torres gêmeas do World Trade Center?  Cento e cinquenta e sete passageiros saíram da vida para entrar na história. As gigantescas torres pouco mais de uma hora após os choques vieram abaixo arrastando consigo cerca de 3 mil vidas.

Faça uma digressão e procure recordar onde é que você estava naquele momento trágico?

Eu, de minha parte,  estava… bem eu estava onde tenho estado nos últimos 50 anos, no torvelinho dos acontecimentos, ora no palco, ora nos bastidores mas sempre em contato com a notícia e essa era mais uma, porém, com contornos muito mais trágicos que tudo aquilo que já havia visto.

Apesar das intensas imagens televisivas, vale destacar que o rádio se fez presente na cobertura do 11 de setembro de 2001 de maneira intensa.  A  Bandeirantes, também, claro, e para variar, irrepreensível na cobertura como é de sua tradição.

Meu programa, Ciranda da Cidade,  ia ao ar das duas às cinco da tarde e me recordo bem, com a ajuda da memória de minha esposa  Débora Raposo, produtora do meu  e  de outros programas da emissora, que naquele dia ela já estava debruçada sobre outra tarefa, também grave  mas de alcance restrito,  que era a morte do prefeito de Campinas, Toninho do PT. Dois repórteres tinham sido destacados para cobrir aquele assassinato,  André Luiz Costa e Agostinho Teixeira.  Apesar de incumbidos de permanecerem o dia todo em Campinas,  a eles coube tão somente  breves registros  dos fatos no Primeira Hora e no começo do Jornal Gente porque, também eles, foram atropelados,  por volta das 9 horas,  com os surpreendentes atentados que ocorriam nos EUA.

Com as dramáticas  imagens transmitidas pela CNN a redação da  rádio Bandeirantes, por assim dizer, entrou em ebulição.  Toda a produção se movimentando  em busca de detalhes e  à “caça” de   quem pudesse repercutir os fatos. Os dois repórteres, lá de  Campinas, cumprindo o que lhes havia sido determinado, queriam entrar com detalhes das investigações para apurar a morte do prefeito e eis que aconteceu, então, o primeiro daqueles chamados “cacos de bastidores”, que nem sempre chegam ao conhecimento do ouvinte.  Na coordenação de  estúdio estava Fátima Morais,  doce figurinha  muito querida de todos pela forma  carinhosa como trata as pessoas usando quase sempre os diminutivos. Na primeira vez  explicou a eles que era impossível  interromper a programação naquele momento: “Fofo,  não dá para você entrar no ar neste momento porque um aviãozinho bateu no alto de um prédio em Nova York”.

Naquela época a rádio Bandeirantes  contava com um repórter permanentemente em Washington, Eduardo Castro,  jornalista já bem experiente,  e, me lembro claramente, foi ele quem nos deu a dimensão de que o atentado era muito mais sério do que as imagens de televisão mostravam. Aos apresentadores do  jornal Gente, José Paulo de Andrade e  Salomão Esper, Castro descreveu a fumaça que estava enxergando do alto do prédio onde se encontrava, incrível a ousadia dos criminosos:

http://webcast.sambatech.com.br/002E76/account/65/8/media/audio/2c9f94b63244c78e01324a721dc8057f/PENTAGONOEDUARDOCASTRO.mp3

Também não me sai da memória que, durante a passagem do programa  Jornal Gente  para o Manhã Bandeirantes, a produtora Adriana Muniz  conseguiu contatar o advogado Cláudio Maurício Fredo que estava a tão somente quatro quadras do World Trade Center e no momento em que ele descrevia, pelo celular para os ouvintes da Bandeirantes  as cenas que estava presenciando, por causa do primeiro avião que havia se chocado com uma das torres gêmeas, eis que o segundo foi jogado contra a outra torre e o forte ruído inclusive foi captado durant e a sua transmissão chegando até nós :

http://webcast.sambatech.com.br/002E76/account/65/8/media/audio/2c9f94b63244c78e01324a7319120582/TORRESCLAUDIOMAURICIO.mp3

Impossível esquecer!   Uma emoção que só o rádio consegue passar, registrando com precisão a surpresa, o medo e o nervosismo vivido pelas pessoas no exato momento dos fatos.

E foi naquele instante, quando o outro  avião se chocou com a segunda torre, que  a Fátima Morais,  para nós simplesmente Fafi , protagonizou mais um capítulo engraçado no meio de tanto estresse, ao explicar aos repórteres que novamente chamavam de Campinas para informar sobre o assassinato do prefeito:  “Fofinhos, não dá para entrar no ar, um outro aviãozinho bateu na outra torre!”.

Compartilho com vocês, internautas, estes  registros da Bandeirantes  que comprovam a importância do  rádio em momentos decisivos de nossas vidas.   Aliás esta é, também,  uma oportunidade para destacar a importância do CEDOM – Centro de Documentação e Memória da rádio Bandeirantes onde, estou certo, está armazenado o maior arquivo sonoro do rádio brasileiro e eu quero aproveitar o meu blog para divulgar documentos sonoros impressionantes contidos nesse acervo, cuja recuperação  eu tenho o orgulho de coordenar.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

27 comentários

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  • Parabéns pelo blog, Parron! É bom poder encontrar suas sempre bem-vindas Memórias neste novo espaço. Tenho certeza que será um sucesso. Um abraço, André Rizzatto.

    • Os cumprimentos são para você mesmo André? Lembre-se que você foi um dos grandes incentivadores para que eu me envolvesse na empreitada. Abração.

    • Zeca, é uma questão de ponto de vista. O Joãozinho Trinta, por exemplo, acha bobagem é ficar falando, falando, falando sobre miséria sem resolve-la. Segundo ele quem gosta de miséria é intelectual. Abs

  • No exato momento dos ataques eu estava dentro de uma sala de aula, ministrando um conteúdo da disciplina Teoria Geral da Administração para um grupo de 12 alunos. Lembro-me que cheguei a falar rapidamente sobre a força da Economia norte-americana, baseada nas suas grandes e bem administradas empresas.

    Quando a aula terminou, pouco depois das 11h30, já havia nos corredores da escola, muita gente – alunos, funcionários e professores super alvoroçados. Falava-se na morte de mais de 20 mil pessoas. Uma colega professora, a Mariana, me colocou então a par do que aconteceu.

    Me restou ir para casa ver pela televisão, talvez um dos crimes mais covardes da história.

    Grande abraço e parabéns pelo trabalho.

    Carlos Alberto

  • Parron sou sua fã não perco Memória, não tem outro Jornalista para nos fazer recordar tantas histórias maravilhosas com tanta maestria parabéns vc é maravilhoso . Bjs para vc e sua querida Debora. ( sou Bandmaniaca)

    • Ana Amélia – que nome bonito. Obrigado mesmo. O Memória, Ciranda da Cidade e este blog são feitos com muito carinho porque sei que a maioria dos que acompanham meu trabalho, até podem discordar do conteúdo ou acha-lo pouco atraente, mas tem respeito pelo tempo que dedico diariamente a cada um deles e são fieis prestigiando todos eles como ouvintes. Um forte abraço meu e da Débora.

  • e eu larguei tudo pra ir pra casa (pretensão de quem poderia ser atacada em pleno ABC Paulista rs) ouvindo vocês e toda a cobertura. Uma data que marcou uma geração inteira realmente.

    E Milton, que delícia esse blog, um ótimo espaço para te acompanhar, parabéns pela iniciativa!!!

    Eterna ouvinte.

    • Delícia é ler palavras tão doces. E ainda tem gente que fala em se aposentar! Dificil seria me privar desse convívio com pessoas como você que nos fortalecem com expressões tão carinhosas. Forte abraço Drika

  • Eu me lembro claramente desse 11 de setembro. Estava trabalhando com meu sócio no escritório. Fazia pouco tempo que tínhamos colocado um grande aparelho de TV no ambiente. Deixamos na Bandnews TV naquele dia. De repente, fomos surpreendidos pelas imagens. Na hora, decidi ligar na Rádio Bandeirantes para acompanhar o imediatismo que só esse meio permite. Lembro nitidamente dos áudios postados nessa postagem.
    Quero parabenizar mais este espaço para as Memórias do Milton Parron. Ouço a muito tempo e é bom demais poder lembrar de momentos que mudaram a história do mundo com áudios tão relevantes.

    • Marcelo, muito obrigado por sua manifestação e espero continuar contando com a presença do amigo neste blog que é, em verdade, de todos vocês. Abs

  • 11 DE SETEMBRO DE 2001

    QUERO SER JORNALISTA!!!
    Mais precisamente sonhava ser correspondente internacional. Desses que cobrem guerras e noticias impactantes pelo mundo. Essa foi minha decisão quando, terminando o colegial deveria decidir que profissão seria a do meu futuro, aquela que me daria de comer e me encheria de satisfação cada dia quando saísse de casa para mais um dia de trabalho.
    Prestei quatro vestibulares, passei em três e por alguma razão naquela época escolhi a FIAM. Formei-me quatro anos depois completamente apaixonada pela profissão, mais precisamente pela rádio, que para mim era o meio mais fiel de fazer chegar a informação às pessoas. Em menos de seis meses estava trabalhando na Rádio Bandeirantes. Havia uma vaga no programa “O Pulo do Gato” ao lado do apresentador José Paulo de Andrade. Aquilo era mais do que eu poderia imaginar. Faria a redação e produção de um programa que estava no ar há muitos anos, tantos que eu tinha recordações de menina, quando dormia na casa da mina avó, e ela se despertava com o miado do gato do “Pulo”.
    Pois aí estava eu, aprendendo de um dos grandes da radio brasileira. Também participava do grupo de redação da rádio, encabeçado pela Eliane Leme, quem sempre acreditou em mim. Que acreditava que eu sabia escrever bem.
    Estive na rádio durante dois anos, cada dia aprendendo mais e ganhando meu espaço como profissional. Na época do ONZE DE SETEMBRO eu tinha uma agenda de produção fantástica (claro que com a ajuda da minha sempre leal amiga Débora Raposo), já produzia três programas da casa, havia implantado o atendimento ao ouvinte e algumas vezes colocava minha voz infantil no ar para informações pontuais como o tempo ou o trânsito. Eu era feliz!!! Entrava na rádio as 5h30 da manha, trabalhava muitas horas, fazia plantões intermináveis, mas era muito feliz. Eu estava ali. Até que chegou o onze de setembro…
    Havia participado em coberturas importantes antes mas nunca com a magnitude trágica deste dia tão infernal. Estava no estúdio com o programa “Gente” no ar quando pela televisão, apareceram imagens do primeiro edifício do Word Trade Center em chamas. É um desses momentos que o coração da gente para e a cabeça demora um pouco para funcionar, os olhos vêem algo difícil de assimilar, mas a informação está aí e não podemos parar. Recebi uma ligação no estúdio de um amigo do diretor da rádio naquela época. Ele gritava e dizia que estava ali, em Nova York, a algumas quadras do Word Trade Center e sem pensar muito simplesmente “pluguei” o homem, para que contasse ao vivo o que estava vendo. Avisei o Zé Paulo e o Salomão sobre as condições do nosso inesperado “convidado telefônico” e a partir daí a cobertura da noticia foi intensa. Passei mais 6 horas deste triste dia trabalhando, trabalhando, trabalhando…
    Meus chefes estavam orgulhosos. Recebi muitos elogios naquele dia. Eu e toda a equipe da rádio havíamos feito um trabalho realmente espetacular.
    Cheguei em casa esgotada e com uma sensação tão ruim que chorei durante horas… e contava para mina mãe uma e outra vez o que foi viver estes momentos tão de perto. E eu nem estava lá…
    Esse foi o começo do fim de um sonho, de uma menina que queria ser jornalista e correspondente internacional.
    Comecei a pensar no triste que era o trabalho que eu tinha escolhido. Dar a noticia implicava em viver a noticia. Contar a realidade por pior que ela fosse de maneira imparcial e sem censuras.
    Aquele onze de setembro tinha feito esgotar todas as minhas boas energias e percebi que não estava feita para isso. Depois aconteceram dois outros episódios que fizeram piorar o meu desgosto com o jornalismo.
    Terminava o “Pulo” quando informamos sobre uma senhora que havia falecido no metro… não me lembro exatamente o que houve. O “Primeira Hora” começou e depois de alguns minutos recebi uma ligação de uma mulher que chorava e pedia mais informação sobre a senhora falecida. Fui ao estúdio perguntar algo e o produtor me disse “me passa aqui a ligação”. Então comecei a escutar a mulher que chorava, falar ao vivo pela rádio. Aquilo me enfureceu. Pareceu-me uma falta de respeito incrível se aproveitar do sofrimento de alguém para ganhar audiência… que sujo! Pior foi escutar o chefe de redação dizer para o produtor, no final do programa… Foi do Caralh…! Isso é dar a noticia. Isso é jornalismo.
    Decididamente eu estava no lugar errado. Alguns meses depois chegaria ao fim o meu “brilhante” futuro como jornalista.
    Em janeiro de 2003 o irmão da mina mãe morreu em um acidente de carro em uma estradinha no interior de São Paulo. Foi desses acidentes que não deixam muita coisa para a família se despedir. Mas a despedida era necessária para uma mãe que perdia o filho, para os filhos que perdiam um pai, para a esposa que perdia o marido, para os irmãos que perdiam um irmão e para os sobrinhos, como eu, que perdiam um tio. O acidente aconteceu em um final de semana. O corpo do meu tio estava fora da geladeira e não agüentaria esperar a segunda-feira. Tentamos de todas as maneiras levar o corpo para São Paulo o quanto antes, mas essa maneira só foi possível com a interferência do “poder da imprensa”. Consegui que o Secretário de Saúde Pública do Estado de São Paulo fizesse uma chamada. Consegui que fosse possível a despedida tão necessária. Estava outra vez esgotada e triste. Chorei a morte do meu tio depois de todos. Quando me sobrou tempo para sofrer essa perda.
    Outra vez o jornalismo. Aquilo funcionava. O poder da imprensa para o bem e para o mal.
    Durante o meu tempo de trabalho na Rádio Bandeirantes, e depois, como assessora de imprensa na Telefônica (meu último emprego na área) tive oportunidade de ver quantas coisas se solucionavam usando os nomes corretos. Perguntei-me muitas vezes como faziam as pessoas que não podiam usar este recurso.
    Com relação às notícias, perguntei-me porque alguns companheiros se alegravam quando alguma miséria acontecia. E a única resposta que consegui foi “porque isso vende”. A notícia só é boa notícia quando vem carregada de desgraça e de sofrimento. O que vende jornal, revista, publicidade nos meios de comunicação, é a notícia que choca. O onze de setembro foi e é uma data fatídica no mundo inteiro, mas, com certeza muita gente ganhou e continua ganhando dinheiro com a morte daquelas pessoas.
    Eu diria que o onze de setembro me abriu os olhos. Mudou a minha vida.
    Hoje vivo em uma cidade minúscula na costa da Espanha. Sou esposa, mãe, dona de casa e trabalho com contabilidade. Um detalhe curioso nisso é que o sonho do meu pai, contador e economista durante mais de 40 anos, era que no Brasil, eu assumisse o escritório dele quando se aposentasse.
    Talvez tivesse um futuro brilhante quando apenas saia da faculdade com 21 anos e muitos sonhos pela frente. As pessoas acreditavam em mim, acreditavam nisso. Nunca saberei.
    EU QUERIA SER JORNALISTA !!!

    • Caramba Flávia. Lendo emocionado, seu relato me dou conta de que nunca tive a tua coragem, para não me rotular de covarde. Voce não aguentou 2 anos e eu que estou nisso já por volta de 50 colecionando histórias que em muito menor número já levaram um bocado de gente para o divã do analista. Já tive ímpetos, também, de jogar tudo para o alto mas, não tenho jeito para contabilidade, nem advocacia, engenharia, comércio, nada. Estive pensando bem, acho que a palavra chave é VOCAÇÃO. Quando a gente tem vocação para determinada coisa, não vê defeito naquilo que faz, só as vantagens. O pior cego é aquele que não quer…talvez. Foi bom saber notícias suas. Abs

    • Flavia, tenho 59 anos e sou ouvinte da Band desde que aprendí a ouvir, pois meu pai ligava o rádio bem cedo e, depois que ia para o trabalho, minha mãe continuava ouvindo. Sei tudo, ou quase tudo, sobre os programas, apresentadores,jornalistas e comentaristas da radio. Alguns que já foram, eu admirei muito, outros, que ainda estão conosco, continuo admirando muito, como Parron, Zé Paulo, Salomão, Joelmir e outros poucos que não tem os procedimentos que voce citou. A Band, hoje,infelizmente tem algumas pessoas muito piores que os piores que voce mencionou. Fiquei muito emocionado com seu relato e sinto muito que a Band tenha perdido alguém como voce. Muitas vezes, ou na maioria delas, é melhor para o mundo que as pessoas pensem com o coração. Pessoas como voce fazer do mundo um lugar melhor. Obrigado pelo seu depoimento. Estou certo de que o Parron e outros poucos, na Band, concordam comigo e com voce. Seja muito feliz.

      • Oi Lauro…obrigada pela tua compreensao. É verdade que muita gente nao entende a minha posiçao em relaçao a tudo isso, mas acho realmente que sou uma pessoa melhor e meu mundo é bastante mais simples e colorido com a vida que levo hoje. O Parron citou a palavra “vocaçao”. Eu acredito que nasci com vocaçao para a comunicaçao, talvez nao a comunicaçao chamada “jornalismo a qualquer preço” mas para a comunicaçao informativa, a comunicaçao investigativa, a comunicaçao em forma de documentários que enchem a vida das pessoas de informaçao útil. Sinceramente acredito que o mundo pode ser um lugar melhor e é isso o que ensino para os meus filhos. Um abraço

  • Me lembro direitinho nesse dia ha 10 anos atras estava em uma reuniao na empresa que eu trabalhava na época (Grupo Gerdau), junto com o departamento inteiro de Credito com o Chefe e Gerente so levando fumo ou seja bronca e da séria mesmo ….

    • Das broncas posteriores você esqueceu Alcides, ou nunca mais levou um pito? Já se vê que aquele 11 de setembro foi duplamente negro prá você. Abs meu caro

  • Eu estava estudando para prestar vestibular. Estava na capital mineira, morava no centrão, vizinha do parque municipal. A televisão ficou o dia todo ligada. Eu e outra companheira de estudo passamos o dia especulando o que havia sido aquilo tudo e como aquilo poderia chegar em forma de questão no vestibular. Foi um dia cinzento aquele.

  • Parron sou musico,sou teu fã incondicional não perco O ciranda da cidade nem o memória,o qual vc faz brilhantemente.um grande abraço e muita saúde pra você.sou um amante do rádio o qual vc o faz muitissímo bem.

  • Naquela data eu dirigia a construção da sede administrativa de uma instituição religiosa. Estava na construção e dirigi-me ao escritório do canteiro de obra, onde passei a conversar com o encarregado administrativo. Ele costumava ouvir música no rádio enquanto trabalhava. No exato momento em que entrei, noticiava-se o ataque à primeira torre do WTC. Fiquei vários minutos ouvindo, tentando entender o significado e a extensão do que acontecia. Quando caí em mim, corri à procura de um televisor, a tempo de ver o ataque à segunda torre ao vivo. Não consegui trabalhar o resto da manhã de tão impressionado e aturdido que fiquei. Tinha a impressão de que algo muito grande estava ocorrendo, e que as coisas não seriam mais como antes. Apesar de a vida ter continuado, não se pode deixar de considerar que aquele foi um marco na história da humanidade, como o foi a queda do muro de Berlim, e eu vi com meus olhos. Isso gera em nós um sentimento de solenidade, que sente todo aquele que tem a certeza de estar vivendo a História.
    Um abraço.

  • Carissimo Parron, sinceramente, eu me lembro de detalhes que ocorreram naquele dia. Estão vivos, frescos na minha mente. Eu estava fazendo admissão no meu primeiro emprego registrado. Eu tinha 18 anos. Lembro de mim sentado de frente à funcionário do RH da empresa e uma das funcionárias olhou na internet o choque do primeiro avião e chamou os demais da seção para verem. Mal sabiamos que seria apenas o começo. Enfim, fiz a admissão, voltei para casa e liguei o rádio na Bandeirantes para saber de mais notícias. E ocorreram mesmo! Até por sinal lembro do seu programa e da sua cobertura. Nenhum programa da rádio teve a vinheta inicial naquele dia. As transições de programas foram feitas pelos próprios âncoras. Eu fiquei acompanhado as noticias e cada momento meu horror era mais perceptivel. Se continuar contando, poderia trazer mais detalhes de meu 11 de setembro de 2001. Mas, seria apenas uma repetição da tristeza e do choque que eu e tantos outros tivemos. Abraços Parron, você está e estará sempre em minha Memória.

  • Nossa Parron, passou um filme na minha cabeça… Você e a Débora arrasaram no texto e conseguiram passar exatamente o que acontecia naquele momento, olhávamos à televisão incrédulos, tendo que informar sobre algo que não estávamos entendendo. Nunca vou esquecer essa data. Estava entrando no estúdio para colocar no ar o programa Manhã Bandeirantes com o jornalista José Nello Marques. O assunto principal até aquele momento era a morte do Toninho do PT, mas derrubamos tudo e começamos a cobertura do “11 de setembro”.Os repórteres que estavam em Campinas não sabiam o que acontecia e queriam entrar a qualquer custo, nem me lembrava das frases que usei e jamais imaginei que fossem “entrar para a história” rsrsrsr, só sabia que naquele momento não adiantava me estressar também e tentei ser o mais calma possível ao falar com eles, tinha que dar uma justificativa e o que sabia era… “um aviãozinho bateu na torre”.
    Lembro até hoje, a produtora Adriana Muniz gritando no estúdio
    – SÃO KAMIKAZES!!!!!!
    Ficamos todos olhando para ela como quem diz você tá louca! Infelizmente não estava, imediatamente todos os produtores pegaram suas agendas e saíram ligando para todos os lugares de Nova York, aeroportos, empresas aéreas, bombeiros, governo, alguns falavam inglês fluente, outros nem tanto, mas, o mais importante, todos unidos para levar ao ouvinte a notícia no momento em que ela acontecia… realmente uma equipe de ouro, muitos até emocionados, afinal somos humanos.
    Parron e Débora realmente foi uma honra participar dessa equipe e muito obrigada pelo carinho com que fui lembrada.
    Gde. beijo. Fafi

  • Um dia de primavera,
    um dia de terror nos céus de setembro…

    Era uma manhã de terça feira, daquelas onde a rotina começa logo cedo. Na minha vida, era o começo de uma nova fase, a continuação de um trabalho que mudava de endereço, pois começava ali uma nova amizade, que mais tarde se fortaleceu e cujos frutos são colhidos até hoje. Aquela mudança significou muito na minha vida pessoal, aprendi com meus próprios erros. Entretanto aquela data em especial significava também uma mudança na historia da humanidade. Ainda que eu, na minha humilde trajetória, pudesse exprimir todo sentimento daquele dia, ainda assim, continuaria afirmando que ele poderia não ter existido. Vamos imaginar que eu pudesse excluir do calendário essa data, ainda assim, ela ficaria gravada em nossas mentes e em nossos corações, pois teríamos que explicar porque ela não existe mais. Se foi cortada, excluída, deletada, seja lá que termo usar, ainda assim, ela continuaria existindo.
    Estávamos na fila de uma agencia bancária, alguém comentou: “ Um avião acaba de bater em um prédio nos Estados Unidos”. Poucos minutos mais tarde, outra pessoa, diz: “ O prédio está pegando fogo”. Outros comentários se seguiram. Voltamos para o escritório, recém inaugurado. Não tínhamos Internet, não tínhamos televisão no local. Nada que pudesse nos informar. Chegada a hora do almoço, já em casa, minha primeira providencia foi ligar a televisão. Estava tudo ali, ao vivo, com todos os detalhes. Não era mais um acidente. Era um atentado, um não, três atentados. Provavelmente quatro. Enfim, não importa o número. Não importa quantos eram os aviões. O país mais poderoso do mundo, o mais armado, com um sistema de segurança sem igual, estava sendo atacado. Pior, de dentro de seu território. Milhares de mortos, outras centenas de milhares de feridos. As duas torres haviam sido derrubadas. Aquela imensidão de concreto e aço estava no chão. Aquela poeira que emanava e cobria a cidade ainda estava ali. Os semblantes dos habitantes era de uma expressão indescritível. Aquilo não era ficção. Era a realidade que as televisões do mundo inteiro mostravam ao vivo. Um dos “cartões postais” americanos já não existiam. Depoimentos chocantes dos que puderam sobreviver. Centenas de bombeiros que entraram para salvar vidas, foram sufocados por aquela avalanche de concreto e aço. Sim, são heróis. Uma nação inteira parada, tentando entender essa tragédia, imaginada somente nos filmes que eles mesmos protagonizaram. Mas era tudo verdade. Havia ali a representação máxima do capitalismo. Nas estranhas daquelas torres haviam povos de várias nações. Americanos do norte, americanos do sul, ingleses, japoneses, chineses, etc., etc., World Trade Center. Pois é! Aquela manhã não era para ter existido, mas existiu. Ela existe. Estamos em setembro e passados dez anos, os Estados Unidos da América do Norte jamais foram os mesmos. Nunca mais a nação será a mesma. Ainda, que houvesse uma razão para explicar ou motivar os ataques, ainda assim, seus atores sequer permaneceram vivos para testemunhar. As guerras que se seguiram em nada mudará a história. Esse povo, ao norte do nosso continente, cuja historia democrática e de soberania muito tem ensinado ao mundo e certamente soube e saberá, que reconstruir faz parte da vida das pessoas e das nações. Esse 11 de setembro é história. E ela não se apagará, pois na historia da humanidade jamais houve um acontecimento tão marcante.

  • eu estava trabalhando neste dia,só soube da noticia a tarde pela rb que sempre teve o melhor conteudo em jornalismo e os melhores profissionais,no dia seguinte ver a materia num jornal impresso regional foi tenebroso de um lado da capa toda preta o prefeito toninho morto de outro a tragedia americana.

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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