Gol é posição para teimosos

Barbosinha posa com o time do Corinthians

A história de Lourival de Almeida Filho, o Barbosinha, que foi goleiro do Corinthians nos anos de 1967 e 1968, daria uma crônica emocionante no Cantinho de Saudade do saudoso Fiori Gigliotti.

Barbosinha, nos seus 34 jogos pelo Corinthians, sofreu a média de um gol por partida. Porém, como era goleiro, as defesas não contam, só os gols sofridos servem para estatística. Goleiro joga futebol de teimoso e Barbosinha é um bom exemplo.

Iniciado no time profissional do Corinthians, os torcedores acreditavam que ele teria um bom futuro. O sonho durou até o clássico contra o Palmeiras pelo Campeonato Paulista, no Pacaembu, dia 19 de novembro de 1967. Algum torcedor se lembra das defesas de Barbosinha naquele jogo?

Foram várias defesas, nunca os torcedores da Fiel fizeram referência à elas. Em compensação os dois gols do Palmeiras ninguém esquece. Os dois de falta, e ambos marcados por Tupãzinho:

Os 2 a 0 foram dolorosos, mas em se tratando de um adversário chamado Palmeiras, passou do limite de tolerância dos corintianos. Alguém tinha de “pagar o pato” e, historicamente, quando não é o árbitro fatalmente é o goleiro.

Barbosinha só teve mais uma chance, isto é, só foi escalado em mais um jogo porque não tinha alguém pronto para substitui-lo. Vestiu a número 1 do Corinthians pela última vez, dois meses mais tarde, em janeiro de 1968 contra o Bahia de Feira de Santana. Vitória alvinegra por 7 a 0, mas isso nada significou.

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A cabeça do torcedor estava focada nos 2 a 0 do Palmeiras. Foi dispensado e rodou por aí, conquistou títulos no Paraná e no Piaui, fez grandes defesas, mas elas não contam no currículo dos goleiros.

Barbosinha morreu esquecido dos torcedores em 2015, aos 74 anos de idade, aposentado como fiscal da prefeitura de São Paulo emprego para o qual optou quando, desiludido, resolveu abandonar o futebol.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

1 comentário

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  • Caro Milton:
    Continuo sendo seu fan (perdoe a falta do til) de carteirinha e sentindo a sua falta na “ciranda da cidade” e, aos sábados às 22,00 horas.
    Sei que poderia ouvir os podcasts mas é o mesmo que tomar um café requentado.
    Espero o dia que eu possa voltar a Sao Paulo para poder ouv-lo.

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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