Entrevistado na rádio Bandeirantes, no dia 08 de julho de 1987, pelo repórter Newton Flora, o senador Roberto Campos falou sobre as distorções que sempre regeram as negociações entre empregados e empregadores sobre questões salariais:
Roberto Campos, mato-grossense de Cuiabá, falecido em 2001, possuía um dos currículos mais invejáveis do País, dono de uma cultura ímpar. Mesmo tendo nascido em berço humilde e, como tal, enfrentado barreiras imensas para estudar, conquistou um espaço na sociedade que poucos alcançam. Formou-se em Filosofia e Teologia em um seminário católico, mas, a vida monástica não estava em seus planos em razão disso, em 1937, pouco antes de ser ordenado, abandonou a ideia de ser padre. Depois prestou concurso no Itamaraty e foi nomeado cônsul em Washington e naquela cidade formou-se em Economia pela Universidade George Washington. Retornando ao Brasil integrou a assessoria econômica do presidente Getúlio Vargas, sendo um dos idealizadores da criação da Petrobras. No governo Kubitscheck presidiu o BNDES e teve participação importante na execução do Plano de Metas de JK. No governo Castelo Branco foi o poderoso Ministro do Planejamento quando promoveu grandes reformas econômicas. Mais tarde, em 1982, foi eleito senador e, depois, deputado federal. Em 1999 foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. Roberto Campos é um exemplo de que a perseverança vence qualquer barreira.
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