No futebol teve uma dobradinha que nunca mais se repetiu depois que ambos penduraram as chuteiras, Pelé e Coutinho. Na música isso também acontece de vez em quando, caso de Elis Regina e Jair Rodrigues. A separação nos palcos foi um impositivo das próprias carreiras embora a amizade entre os dois tivesse durado, até que a morte prematura de Elis acabou de vez com o sonho de que um dia pudessem voltar a cantar juntos. Jair era um brincalhão contumaz, sempre bem humorado, não havia o que o tirasse do sério, ao contrário de Elis, chamada de “pimentinha”. Não era preciso muita coisa para irrita-la fazendo com que descarregasse sua contrariedade, não importa contra quem fosse. Pessoalmente, embora sendo até hoje um dos maiores admiradores de sua arte, tive inúmeros embates com ela. Bastava ser pautado para entrevista-la e já sabia que teria problemas. Em uma dessas ocasiões, no aeroporto de Congonhas, até os tripulantes do avião em que ela viajava tiveram de intervir num bate-boca acalorado entre nós dois. O cantor Jair Rodrigues estava presente e, muitos anos depois, ao entrevista-lo num programa que eu apresentava na rádio Bandeirantes, recordamos divertidos o episódio:
Jair Rodrigues e Elis Regina, uma dobradinha de artistas tão completa que dificilmente se repetirá um dia.
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