Mineiro de Barbacena, falecido em 1991 aos 98 anos de idade, Heráclito Fontoura Sobral Pinto notabilizou-se como brilhante criminalista defendendo os perseguidos políticos durante a ditadura Vargas, mais tarde fazendo o mesmo no período da ditadura militar de 64.
A preocupação da maioria dos governantes não é com o decorrer e sim com o final do próprio mandato, ou seja, com a transição de governo e possivelmente até de regime. Essa foi a abordagem do ilustre jurista ao ser entrevistado em novembro de 1983 pelo repórter Berto Ferreira, da Rádio Bandeirantes:
Corajoso, inteligente e arrojado, assim o doutor Sobral Pinto era definido pelos operadores do Direito de forma geral.
Certa vez, em 1935, para obter a soltura de Harry Berger, preso durante o histórico Levante Comunista e severamente torturado pela polícia de Getúlio Vargas, não teve dúvidas e exigiu do governo a aplicação do artigo 14 da Lei de Proteção aos Animais, fato inusitado que bem demonstrou sua inteligência acima da média geral.
No fim de sua carreira, Sobral Pinto deu mais um exemplo que atesta muito bem o quanto era digno, ao recusar o convite feito pelo presidente Juscelino Kubitscheck para assumir uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal.
A recusa foi motivada pelo fato de ter o brilhante advogado defendido a posse de Juscelino, que alguns militares golpistas tinham tentado impedir alguns anos antes.
Algo mais precisa ser dito sobre ele?
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