Luiz Ignácio, o Luizão, ou “Martelo Negro”, como também era chamado, foi um dos pugilistas mais populares do Brasil entre meados das décadas de cinquenta e sessenta tendo inclusive conquistado, naquele período, o título de campeão sul-americano na categoria dos meio pesados.
De origem muito humilde, trabalhava como contínuo na Estrada de Ferro Sorocabana e por causa de sua elevada estatura física seus colegas o incentivaram a treinar boxe na academia de Aristides Jofre, pai de Eder Jofre. Começou em 1953 e nos Jogos Pan-Americanos de 1955 no México conquistou a primeira medalha de ouro do boxe brasileiro nessa competição.
No dia 18 de março de 1958 Luiz Ignacio disputou em Montevidéu o cinturão sul-americano contra o uruguaio Dogomar Martinez. Mário Moraes transmitiu a luta pela rádio Bandeirantes:
Foi uma das primeiras transmissões internacionais do rádio brasileiro de uma luta de boxe. Luizão foi derrotado e pediu revanche que foi realizada em São Paulo no dia 16 de janeiro de 1959 e desta vez ele derrotou o uruguaio por nocaute. De cultura muito limitada, ao ser forçado a deixar o pugilismo por recomendação médica, abandonado pelos amigos de ocasião, Luizão voltou a dar plantão como contínuo na Secretaria dos Transportes onde amargava a tristeza do desprezo do titular da pasta, Paulo Maluf, que nem sequer respondia ao cumprimento do humilde funcionário toda vez que passava por ele.
Luiz Ignacio morreu em São Paulo em agosto de 1977, no mais absoluto ostracismo. Diagnóstico: demência pugilística, que é uma doença originada de pancadas constantes na cabeça.
Luizão pra mídia, mas pra família e, pra mim em especial, sempre vai ser o bisa que eu infelizmente nunca pude conhecer, mas que sempre soube o quanto me amaria. Levo no peito todas as histórias que minha vó conta, as medalhas guardadas e graças a Deus ainda posso ter ela pra manter uma parte dele viva. Nunca será esquecido por nós. É muito emocionante pra mim poder ler uma parte da história dele que, por mais que eu já saiba, sempre gosto de reviver o dia em que descobri que meu bisa foi tudo isso. <3
Muito obrigado pelo seu comentário Myrella!
Luizao fez parte da minha juventude, trabalhei perto dele, na ponte pequena e, de vez em quando cruzava com ele. Era muito forte e muito simples,por isso foi explorado. Deixou saudades