A entrevista sobre a cidade de São Paulo com a escritora, fotógrafa e memorialista Zélia Gattai, apesar de sua forte identificação com a Bahia, por ter sido casada com Jorge Amado, um dos maiores romancistas brasileiros e com ele morado boa parte de sua vida em Salvador, é um dos registros preciosos arquivado com carinho no CEDOM.
No dia 4 de dezembro de 1998, ela deu um longo depoimento no programa Memória, da rádio Bandeirantes, falando da São Paulo de antigamente, assunto que sempre a enternecia. Fantástica a riqueza de detalhes que conservava na lembrança, em particular do bairro da Consolação, onde havia nascido e passado a infância e adolescência.
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Caçula de cinco irmãos, Zélia Gattai se casou com Jorge Amado em 1945, e com ele viveu durante 56 anos, até a morte do marido em 2001. O casal teve três filhos. Zélia já estava com 63 anos de idade quando começou a escrever suas memórias. O livro de estreia foi Anarquistas Graças a Deus, um best seller. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns deles traduzidos para o francês, italiano, espanhol e russo.
Em 2001, Zélia foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, cadeira 23, ocupada anteriormente por seu próprio marido, Jorge Amado, e que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. Zélia Gattai morreu em Salvador, Bahia, em maio de 2008.
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