Uma tarde inesquecível viveu o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo no dia 24 de agosto de 1964, quando homenageou o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, por ter formado com seus colegas Adhemar de Barros e Magalhães Pinto, de São Paulo e Minas, respectivamente, o bloco de governadores civis que deram apoio ao movimento militar de 64 que derrubou o presidente João Goulart. Lacerda era um orador nato. Culto e inteligente arrebatava multidões quando discursava. Não foi diferente com a plateia que o escutou naquela solenidade em sua homenagem na Assembleia Legislativa de São Paulo:
Com a prorrogação do mandato do presidente Castelo Branco em 1966, Carlos Lacerda começou a se opor ao governo que ajudara a consolidar achando que ele se tornaria uma ditadura permanente, o que realmente aconteceu durante 20 anos. Em fins de 1966 lançou um movimento de resistência ao regime militar de 64 denominado Frente Ampla liderado por ele próprio e por antigos adversários, entre eles Juscelino Kubitscheck e João Goulart. Com isso sedimentou a cassação dos seus direitos políticos, que ocorreu em dezembro de 1968.
Carlos Lacerda morreu em maio de 1977, vítima de infarto do miocárdio. Dez anos mais tarde, em maio de 1987, teve restabelecidas, pós morte, as condecorações nacionais que lhe foram retiradas e, ao mesmo tempo, foi reincluído nas ordens do mérito das quais fora excluído em 1968.
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