DITADURA MILITAR COMEÇOU TRÊS ANOS ANTES

Dia 25 de agosto de 1961, apenas sete meses após sua posse, um dos políticos de maior popularidade em todos os tempos, Jânio Quadros, resolveu renunciar ao seu mandato de presidente da República. Muitas hipóteses para justificar seu gesto foram levantadas e nunca devidamente comprovadas. Falou-se em pressão externa, principalmente dos Estados Unidos, por causa da política de Jânio de aproximação com os blocos comunistas, especialmente Cuba e União Soviética. Também se falou nas dificuldades impostas pelo Congresso Nacional ao seu governo, como também aventou-se a tese de que Jânio pretendia em verdade comover a nação com o seu gesto e, se tivesse sucesso, ele fecharia o Congresso e governaria o País ditatorialmente. Dirce “Tutú” Quadros, filha de Jânio, em entrevista a mim concedida na rádio Bandeirantes, em agosto de 2011, deu embasamento para uma outra hipótese:

Dois fatos são verdadeiros no que diz respeito a Jânio Quadros. Ele foi o político de carreira mais meteórica em toda nossa história. De suplente de vereador em São Paulo em 1947, tendo assumido o cargo graças a cassação, naquele ano, do Partido Comunista e a perda de mandato de todos os seus parlamentares, até sua eleição para presidente da República em 1960, decorreram apenas 13 anos. Nesse período ele também foi eleito deputado estadual, prefeito da Capital, governador do Estado, deputado federal e presidente da República. Só não se candidatou ao Senado. Outro fato inegável é que a sua renúncia lançou o Brasil na mais grave crise institucional de sua história abrindo caminho para a ditadura militar que se instalou em março de 64 e perdurou por 20 anos.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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