Talento imenso, compensa sua pequena voz

Um talento, sem dúvida. Vale a pena relembrar.

O baiano, de Juazeiro, João Gilberto, aos 80 anos já não tem a mesma paciência dos tempos em que fui apresentado à ele por Nara Leão, nos bastidores da TV Record durante um dos festivais de MPB promovido pela emissora nos anos 60. Nem me deu a entrevista que pedi e, a bem da verdade, nem tomou conhecimento de minha presença o que fez Nara me pedir um milhão de desculpas como se fosse ela a culpada.  João Gilberto é assim, sempre foi, e não é agora que vai mudar. Hoje, quase recluso num apartamento alugado no Leblon, de 130 metros, onde raramente recebe visitas, não tem empregada, não tem amigos no condomínio e quando alguém o desagrada pode esperar que a reprimenda será forte.  Aqueles que o conhecem mais de perto o consideram uma pessoa encantadora, a começar pelos funcionários do restaurante Degrau aos quais chama pelo  diminutivo de seus nomes e sempre os gratifica com gorjetas entre 10 e 20 reais.  Lá ele faz suas refeições quase diariamente. Esse artista emblemático, considerado o papa da Bossa Nova, depois de longa ausência tem nova temporada marcada para São Paulo e os ingressos já estão sendo vendidos a partir desta semana. Se ele não atrasar, e não faltar que é pior, certamente será daqueles momentos inesquecíveis.  Seus colegas o adoram e no Centro de Documentação e Memória da Rádio Bandeirantes – CEDOM – temos vários depoimentos, alguns muito divertidos como o de Caetano Veloso.

http://webcast.sambatech.com.br/002E76/account/65/14/media/audio/2c9f94b632893d8401328ee524d3064b/CAETANOJOAOGILBERTO121981.mp3

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

2 comentários

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  • O Sr. João Gilberto é apenas e tão somente adorado pelos intelectualóides do Brasil. A raça superior e pseudointelectual endeusou um cidadão que inventou uma música adorada para estrangeiros em ligeiro estado de depressão. Uma chatice que deu certo. Ele merece elogios pela perfeita criação de algo que nem ele escuta. João Gilberto é igual sempre, nunca muda. Bossa nova é Tom Jobim. Maestro, compositor, letrista, gênio.

  • Saudações arqueologo radiofonico!
    Brincadeiras a parte Parron utilizo esse espaço para felicitar e desejar sucesso no seu blog.
    Fiquei seu admirador desde do balanço geral que gostava de ouvir nas noites que tinha aula,depois no trabalho até hoje sempre no possível ouvir o ciranda.
    Alem de todos esses predicativos o senhor sempre fala de Capivari que próxima da minha Salto.Essa cidade tem lugar especial em meu coração pois tenho parentes que residem nessa localidade,sem contar com a vizinha Mombuca cidade natal de minha avô materna e um pouco adiante Rafard,Tiête essa última cidade do tenista Tomaz Belucci e o atual vice presidente Michel Temer.
    Ao longo dos dias estaremos em contato e estarei sempre acompanhando seu sucesso da sua talentosa esposa Debora e todos da Bandeirantes a verdadeira academia jornalistica do rádio brasileiro.
    Obs:já estou acionando nos meus favoritos.

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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