POVO DECRETA O FIM DA DITADURA

João Batista

O processo de redemocratização do País, que vinha sendo governado por militares desde a deposição de João Goulart em 1964, começou timidamente com o quarto presidente revolucionário, general Ernesto Geisel. Porém quem concluiu o processo foi seu sucessor, general João Baptista de Figueiredo, último presidente do período ditatorial militar. Foi ele quem promoveu a anistia aos punidos pelo Ato Institucional n° 5 que havia sido baixado pelo 2° presidente militar, marechal Arthur da Costa e Silva. João Baptista também extinguiu o bipartidarismo permitindo a criação de novos partidos – até então só existiam o PSD, antiga ARENA que era o partido do governo, e MDB partido de oposição. O movimento determinante para a restauração plena da democracia ocorreu a partir de 31 de março de 1983 na cidade pernambucana de Abreu de Lima, um comício com a presença de apenas 100 pessoas reivindicando eleições diretas para a presidência da República. A sementinha germinou e dezenas de outros comícios foram realizados por todo o Brasil culminando com o encontro pelas Diretas Já, no Vale do Anhangabaú, no dia 16 de abril de 1984 com a presença de 1 milhão e meio de pessoas. O governo militar não tinha mais como resistir ao clamor das ruas e no mesmo dia desse último comício, o presidente João Baptista de Figueiredo deu a resposta que a nação aguardava:

Esse foi o capítulo final de uma longa história. O reinício do período democrático deu-se a partir da eleição de Tancredo Neves que foi eleito em 1985, de forma indireta, pelo Colégio Eleitoral de acordo com a Constituição, ainda, a de 1967. Tancredo adoeceu na véspera de sua posse e acabou falecendo algumas semanas mais tarde. Quem assumiu foi o vice, José Sarney, que durante todo o período da ditadura militar pertenceu aos quadros da Arena e posteriormente PSD, ou seja, era alinhado com os militares do Poder e acabou se beneficiando da conquista daqueles lutaram contra a ditadura. Mas essa já é uma outra história.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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