PARLAMENTO BRASILEIRO JÁ TEVE SEUS COWBOYS

Velho Oeste

No dia 26 de dezembro de 1929 uma cena digna de faroeste ocorreu na entrada do prédio da Câmara Federal localizado, a época, no Rio de Janeiro. O deputado gaúcho Ildefonso Simões Lopes ao cruzar com seu colega de legislativo, Manuel Francisco de Souza Filho, de Pernambuco, recebeu deste uma bengalada. Simões não pensou duas vezes e sacando de um revolver atirou duas vezes matando Souza Filho. No julgamento alegou que estava defendendo seu filho ameaçado de morte pelo desafeto e, em virtude disso, foi absolvido.

Trinta e quatro anos se passaram e novo episódio de gangsterismo voltou a se registrar no parlamento brasileiro, desta vez no Senado Federal. Ocorreu no dia 4 de novembro de 1963 durante a sessão ordinária daquela Casa envolvendo dois declarados inimigos, Silvestre Péricles de Góis Monteiro e Arnon Afonso de Farias Melo, ambos senadores por Alagoas. Ao dar a palavra ao orador Arnon de Melo o presidente do Senado Auro Soares de Andrade parecia estar vaticinando a tragédia:

O senador Arnon de Melo atirou duas vezes errando o alvo, porém acertou outro colega que não tinha nada a ver com a briga dos dois, José Kairala, do Acre, que era suplente e estava exercendo o mandato de senador há 6 meses e no dia seguinte devolveria o cargo ao titular. Kairala morreu e os dois valentões foram absolvidos pela Justiça.

No dia 8 de junho de 1967 novo tiroteio, desta vez na Câmara Federal. Os deputados Nelson Carneiro, advogado e jornalista, pessoa tolerante, autor da lei do divórcio, e Estácio Souto Maior, médico, ex-ministro da Saúde no governo João Goulart, pai do campeão Nelson Piquet, resolveram à bala uma pendência de alguns dias antes quando Souto Maior no meio de uma discussão desferiu uma bofetada no colega. Voltaram a se encontrar uma semana depois no hall inferior do prédio da Câmara, e, ao ser insultado pelo oponente, Nelson sacou de um revólver 38 que havia adquirido e acertou Souto Maior que também estava armado e mesmo ferido desferiu 5 tiros em Nelson errando todos eles. Os dois também foram absolvidos pela Justiça. Será que Themis é cega, ou apenas caolha?

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Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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