Paulo VI, o Papa que hoje é canonizado, foi a Fátima a 13 de maio de 1967 no cinquentenário da primeira aparição de Nossa Senhora aos três pastores crianças. Portugal recebia pela primeira vez a visita de um Papa que foi a Cova de Iria rezar pela Igreja e pela paz mundial. Naquele dia ele pôs Fátima no centro do mundo católico. Fui destacado para a cobertura e confesso ter vivido uma das grandes emoções de minha vida, não tem como não se emocionar diante da azinheira – árvore de pequeno porte nativa na região – sobre a qual os relatos afirmam que Nossa Senhora do Rosário, mais tarde incorporado pela multidão, Fátima ao seu nome.
Naquela época só existia a antiga e modesta Igreja, hoje o espaço agigantou-se para acomodar as legiões de fiéis que para lá acorrem de todas as partes do mundo. Estive, assim como dezenas de colegas estrangeiros, muito próximo do papa Paulo VI e de irmã Lúcia a pastorinha que ao lado de seus primos Jacinta e Francisco, também crianças, aos quais Nossa Senhora do Rosário apareceu algumas vezes a partir de 13 de maio de 1917. Não deram entrevistas. Em compensação, acometido de uma curiosidade incontida, mesmo gripado e sob um frio intenso resolvi caminhar cerca de dois quilômetros por uma estradinha de terra batida até Ajustrel, um distrito de Fátima, num sítio onde Lúcia morava à época das aparições, ainda pertencente à sua família. Lá conversei com sua irmã mais velha, Maria dos Anjos, uma das cerca de 50 mil pessoas presentes em Cova de Iria no dia 13 de outubro de 1917, data da última aparição da Santa:
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Independente do credo religioso, da crença mística da pessoa, não tem como não se emocionar visitando o Santuário de Fátima. Uma aura de energia e paz emana daquele local e, ao saber as razões que levam tantas pessoas a visita-lo, percebe-se que motivos turísticos são os menos determinantes, a fé religiosa está em primeiro lugar, assim como ocorre com o Santuário de Aparecida, no Brasil.
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