Outubro de 1993, o economista José Carlos Alves dos Santos, chefe da assessoria técnica da Comissão do Orçamento do Congresso faz uma denúncia gravíssima tornando público um esquema de desvio de quantias fabulosas dos cofres públicos por intermédio de emendas parlamentares junto a Comissão do Orçamento da Câmara Federal que era presidida há anos pelo deputado baiano João Alves. Na ocasião foi criada a “CPI dos Anões do Orçamento” que de cara descobriu um cheque equivalente a um milhão de dólares depositado na conta de João Alves. Perante a CPI, para justificar os depósitos fabulosos em sua conta, ele teve o descaramento de dizer que havia ganho 221 vezes nas loterias esportiva e federal:
De acordo com o depoimento de João Alves ele teria ganho só em 1993, até outubro quando o escândalo veio a público, um total equivalente a 9 milhões de dólares com a média de um prêmio da loteria por semana. Para lavar o dinheiro sujo ele comprava bilhetes premiados e, ao mesmo tempo, jogava altíssimas quantias em cada sorteio. Com isso sempre ganhava pequenos prêmios embora perdesse muito mais. Só que o pouco que ganhava, do muito que jogava, representava uma grande fortuna e com a vantagem daquele ganho ser transformado em dinheiro limpo. Seis deputados foram cassados, quatro renunciaram aos mandatos para evitar a cassação e oito foram absolvidos.
João Alves morreu de câncer pulmonar em 2004 e o denunciante José Carlos Alves dos Santos foi condenado em 2003 a dez anos de prisão por corrupção passiva mas a sentença só transitou em julgado em março de 2014 quando foi, então, expedido o mandado de prisão. Vinte e um anos já haviam decorridos desde a comprovação dos crimes, um quelônio é mais veloz!
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