Hay gobierno…

Não foram poucas as ocasiões que o Brasil viveu, como agora, grandes crises políticas e institucionais e isso se arrasta desde o governo Nilo Peçanha que em 1910 enfrentou uma sublevação de marinheiros, a chamada Revolta da Chibata. Alguns anos depois, em 1925, foi o governo Arthur Bernardes que sofreu grande desgaste graças a Luis Carlos Prestes com a coluna que levou o seu nome e atravessou metade do Brasil tentando convencer o povo a depor aquele governo. Em 1930 quem acabou deposto foi Washington Luis graças a conchavos de adversários que não queriam que o paulista Júlio Prestes o sucedesse no governo.
Outra crise instalou-se em 1961 com a renúncia de Jânio Quadros e mais tarde nova turbulência com o golpe que em 1964 depôs João Goulart. Em 1992 foi o impeachment de Fernando Collor que manteve a opinião pública em alerta. Porém, a mais grave de todas as instabilidades políticas ocorreu em agosto de 1954 com o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Nas 10 horas que antecederam sua morte foram realizadas reuniões ininterruptas no Palácio do Catete, numa tentativa de se encontrar uma saída para o governo Vargas sitiado por uma avalanche de denúncias. A opinião pública estava dividida e pelo rádio o povo acompanhou até altas horas da madrugada, o desfecho daquelas reuniões:

E Getúlio Vargas, homem determinado e de personalidade forte, efetivamente não renunciou, não aceitou proposta de licença do cargo por 90 dias e nem foi deposto. Preferiu o suicídio à qualquer das alternativas que lhe foram propostas.