Um dos maiores vexames protagonizado pela cúpula policial de São Paulo ocorreu no dia 13 de junho de 1950 quando foram entregues a cidade 40 novas viaturas de rádio patrulha, metade para a Guarda Civil e metade para a Força Pública. A grande novidade era um equipamento ultra moderno de rádio comunicação que permitiria contato rápido e perfeitamente audível entre as viaturas e a central de policiamento. O açodamento, comum nas carreiras onde a meritocracia não é levada em conta para efeito de promoções, fez o delegado Laudelino de Abreu, chefe do Serviço de Rádio Patrulha, apressar a entrega dos carros sem os devidos testes e para sensibilizar o governador Adhemar de Barros, sabendo da sua devoção católica, escolheu uma data santificada para a cerimônia, 13 de junho, dia de Santo Antonio. Com toda a imprensa de São Paulo presente, mais um batalhão de autoridades e de curiosos, na hora mais aguardada deu-se a falha que em hipótese alguma poderia ocorrer:
Contrariado, mas sem perder o bom humor, o governador Adhemar de Barros disse ao secretário Adroaldo Maia: “Vocês escolheram a data errada meu filho. Hoje é dia de Santo Antonio que somente se ocupa com casamentos. Esse negócio aqui exige mão de obra especializada. A data certa é 28 de outubro. São Judas é que cuida das causas impossíveis”.
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