O paraibano Ernani Aires Sátiro e Souza foi deputado federal, ministro do Superior Tribunal Militar e governador da Paraíba. Em abril de 1965 foi eleito presidente da UDN para o biênio 1965-1967, por sinal o último presidente daquela agremiação partidária que seria extinta por força do AI-2, assim como as demais, em outubro daquele mesmo ano. Ao ser empossado na presidência da UDN, Ernani Satiro, em seu discurso, incentivou Carlos Lacerda a tomar uma decisão suicida:
Todos sabiam que o projeto do alto comando revolucionário não era devolver o poder aos civis tão cedo, tanto assim que Castelo Branco, que havia prometido eleições para 1966, teve seu mandato prorrogado e só em 1967 passou a chefia de governo a seu colega de farda, Arthur da Costa e Silva, também eleito por via indireta. Carlos Lacerda, que não acreditou nas novas regras do jogo, pagou um preço alto por sua decisão de se candidatar à presidência, desafiando o regime que ele próprio, dois anos antes, ajudara a implantar. Em dezembro de 1968, com base no AI-5, seus direitos políticos foram suspensos por 10 anos.
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