O governador Adhemar de Barros era extremamente avesso a longos discursos e sentia-se muito incomodado quando era obrigado a ouvi-los nas solenidades das quais tinha obrigação de estar presente. Quando se tratava de autoridades, com as quais tinha certa aproximação, não se pejava em tomar-lhes o discurso das mãos alegando que o leria em casa com mais atenção. Não tendo familiaridade com a pessoa que discursava, ele inventou uma tática para abreviar o falatório fazendo com que seus assessores infiltrassem no meio da plateia, dez, quinze ou mais correligionários, pagos evidentemente, que nos momentos apropriados se punham a gritar o nome de Adhemar. O efeito multiplicador era imediato porque bajuladores é que não faltam nessas ocasiões. Depois de três ou quatro Hip! Hip! Hurra! Hurra! nem Demóstenes conseguiria sustentar uma oração. Em setembro de 1949, ao inaugurar as instalações da Faculdade de Ciências Econômicas da USP (embrião da atual FEA) na rua Maria Antônia, o diretor da escola Breno de Arruda, passou por essa provação quando, empolgado, resolveu alongar seu discurso:
webcast.sambatech.com.br/802E76/origin1/account/65/14/2012-08-20/audio/835258b0931fa293593b3838c21a19f7/ADHEMAR_DE_BARROS__1.0.mp3
Documentos sonoros como esse, existem às centenas no Centro de Documentação e Memória da rádio Bandeirantes – CEDOM. É um acervo riquíssimo, utilizado em vários programas da rádio Bandeirantes, especialmente o MEMÓRIA, transmitido aos sábados as 23 horas e aos domingos as 05 da manhã.
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