No dia 24 de agosto de 2021 completam-se 60 anos da renúncia de Jânio Quadros ao cargo de presidente da República, fato que chocou a opinião pública e lançou o País a uma crise institucional jamais ocorrida.
O estopim foi uma longa declaração do governador da Guanabara, Carlos Lacerda, em cadeia de rádio na noite anterior à renúncia, denunciando ter sido sondado pelo ministro da Justiça, Pedroso Horta, para participar de um golpe que daria a Jânio Quadros poderes totais para governar o Brasil com o fechamento do Congresso. Também afirmou ter sido convidado para prosseguir a conversa com o próprio presidente no Palácio da Alvorada, onde seria seu hóspede e, para sua surpresa, Jânio mandou um mordomo colocar suas malas de volta na porta ao saber de sua recusa em participar do golpe.
A denúncia de Carlos Lacerda durou quase uma hora:
Essa denúncia ocorreu na noite de 23 de agosto de 1961. Na manhã seguinte, logo após a parada militar do Dia do Soldado, Jânio retornou ao seu gabinete, reuniu alguns ministros e apresentou sua carta renúncia para que fosse levada ao presidente do Congresso, Auro Soares de Moura Andrade.
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A Carlos Lacerda é atribuída parte da culpa da renúncia de Jânio, porém ele sempre negou a versão dada pelo governador, no seu pronunciamento por uma cadeia de rádio, jurando nunca ter pensado em fechar o Congresso. Muito menos contar com o apoio de Lacerda para isso, e ser mentirosa a afirmação de que não o recebeu no palácio apesar de não tê-lo convidado para reunião alguma, ele é que havia se convidado:
Seja qual for a razão da renúncia, não resta a menor dúvida de que foi um dos capítulos mais impactantes de toda a história da nossa República.
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