1952, UM NATAL INESQUECÍVEL

Buick de Chico Alves em que ele morreu queimado – Reprodução

Visando arrecadar fundos para uma instituição de amparo a crianças abandonadas, o cantor mais popular do Brasil, Francisco Alves, gravou um disco cujos direitos abriu mão em favor daquela entidade. Contratado para uma série de shows em praças de São Paulo, e com a ideia de sensibilizar a população para que comprasse o disco no Natal de 1952 que se avizinhava, Chico Alves compareceu ao primeiro deles na noite de sexta feira, 26 de setembro, no Largo da Concórdia, e lá foi o lançamento das músicas, Brasil de Amanhã e Canção da Criança. Na segunda feira haveria o segundo show em outra praça, porém, como no domingo Chico Alves tinha programa exclusivo na Nacional carioca e ele gostava de apresenta-lo ao vivo, resolveu viajar para o Rio. Por ter pavor de avião o artista enfrentou a via Dutra no sábado com destino ao Rio e no domingo após seu programa na Nacional ao meio dia, voltaria a São Paulo novamente de carro. Só cumpriu o show do largo da Concórdia porque na ida ao Rio seu carro se chocou com um caminhão e ele morreu em meio as labaredas que tomaram conta do automóvel. Quem acompanhou Francisco Alves em seu último show no largo da Concórdia, foi Antonio Rago e seu regional:

Naquele Natal, o de 1952, as crianças da Casa de Lázaro tiveram uma ajuda financeira excepcional, graças a vendagem recordista do disco que Francisco Alves tinha gravado, com toda a renda em benefício daquela instituição. Foi a maneira carinhosa como a população reverenciou a memória de um dos maiores ídolos da MPB de todos os tempos. Já, Antonio Rago, cujo depoimento para o programa Memória da rádio Bandeirantes, em 1996, está em destaque nesta postagem, também já nos deixou, tendo falecido em janeiro de 2008, aos 92 anos de idade.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

2 comentários

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  • E sobre a “esposa” que conviveu com Francisco Alves por menos de 10 dias, ela realmente herdou todo o patrimônio e direitos autorais? E os filhos que ela dizia serem de Francisco Alves? Quem ainda é vivo?

  • Essa foto não é a do Buick em que o Francisco Alves morreu. Não existe foto do carro dele em chamas. Essa imagem é de uma reconstituição do fato publicada em O Cruzeiro.

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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