Na política, e em todas as formas de relações sociais, a traição é a demonstração mais sórdida de deslealdade. Alguns casos tornaram-se célebres na política brasileira, o mais comentado nos últimos anos foi o de Paulo Maluf e seu apadrinhado Celso Pitta. No passado, logo após a ditadura Vargas, a traição política que tornou-se célebre foi a que envolveu Adhemar de Barros e seu sucessor no governo estadual, Lucas Nogueira Garcez, um desconhecido professor da USP que integrava o seu secretariado e a quem Adhemar indicou e conseguiu eleger. Desde o momento em que tomou posse, Garcez promoveu todo tipo de perseguição e de denúncias contra seu padrinho, até que Adhemar explodiu num comício realizado na cidade de Angatuba no dia 14 de setembro de 1954 durante a campanha eleitoral para o governo de S&a mp;a tilde;o Paulo:
Adhemar perdeu, ganhou Jânio Quadros. Maquiavel afirmava que a política tem uma lógica própria – já o saudoso professor Gofredo da Silva Telles dizia que política é a arte da dissimulação. No caso brasileiro, parece que ambas as afirmações estão mais do que fundamentadas, tamanho o número de traições que ocorre rotineiramente no mundo da política.
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