No passado a população inteira das grandes e das pequenas cidades ia para as ruas para assistir a parada militar de 7 de Setembro. Mais do que uma demonstração cívica, era glamoroso se postar junto ao meio fio, junto com toda a família, para ver o espetáculo dos colegiais marchando com garbo marcial, ao som da fanfarra ensaiada o ano inteiro para aquela hora e meia de apresentação pelas ruas e praças das cidades interioranas sendo que o fecho do desfile cabia sempre ao Tiro de Guerra local. Claro, também tinha o grupamento de escoteiros e, não podiam faltar, os discursos do prefeito , de algum vereador adesista e do orador oficial do col égio mais representativo da localidade. Verborrágicos à exaustão!
Na Capital, os desfiles, até meados da década de 70, eram espetáculos de enorme beleza dele participando a Força Pública, a Guarda Civil, Marinha, Exército e Aeronáutica, esta última, inclusive, proporcionando exibições maravilhosas dos aviões da FAB. Jipes, tanques de guerra, canhões, cavalaria, carros leves de combate davam às pessoas a ideia de que o Brasil era o País mais bem armado do mundo.
O tempo passou, os costumes mudaram, aulas de civismo não existem mais e, por medida de economia, só alguns aviões e uns poucos carros de combate são levados para os desfiles. Cada vez mais, menos gente tem ido aos desfiles de 7 de Setembro.
A parada militar de 7 de Setembro de 1980, em São Paulo, foi realizada na avenida Tiradentes que recebeu um grande público se comparado com os dias atuais. Quando as solenidades se encerraram o repórter da rádio Bandeirantes, já falecido, Berto Ferreira entrevistou várias das autoridades presentes, entre elas o general Túlio Chagas Nogueira que comandava a 2ª. Região Militar e o governador Paulo Maluf, cujo assunto preferido à época, era seu faraônico projeto de transferência da Capital do Estado:
Hoje as bandas e fanfarras são raras porque os prefeitos não as subsidiam mais. Preferem gastar em obras discutíveis porque o retorno eleitoreiro é mais consistente. Uma pena porque sem elas, as praças perderam muito de seu charme e também da alegria.
Sr.Parron
Depois do fim da Ditadura em 1988,O Povo associa o Militar com a Ditadura e não tem que descole a Imagem.
Olá Sr. Milton bom dia, tudo bem?
Me chamo Eduardo, sou estudante de jornalismo e estou fazendo meu TCC sobre o incêndio no edifício Joelma, no qual o senhor realizou a cobertura. Por gentileza, gostaria de saber se seria possível realizarmos uma entrevista com o senhor. Seria uma honra tê-lo nesse material. Me desculpe entrar em contato através desse comentário, mas infelizmente não encontrei outra maneira de falar com o senhor. Um abraço cordial