A questão da falta de água na região metropolitana de São Paulo é muito mais antiga do que as pessoas imaginam e revela a falta de critérios de 17 governadores quando selecionaram as obras prioritárias nas suas respectivas administrações. Esse é o número de governadores eleitos desde 1953 quando ocorreu o primeiro sinal de alerta de que breve faltaria água para abastecimento na região metropolitana. Era, então, governador Lucas Nogueira Garcez.
Em 1955 Jânio, cujo mandato de prefeito iria até abril de 1957, resolveu renunciar para se candidatar a governador e, com ele, também renunciou o vice Porfírio da Paz. Foi necessária uma eleição para escolha de prefeito que terminasse o mandato de Jânio e quem ganhou foi Juvenal Lino de Matos que exercia o mandato de senador. Ele tomou posse em julho de 1955 e já no dia 26 de agosto convocou a imprensa para falar da grave situação do abastecimento de água na cidade:
Por causa dessas picuinhas tão à gosto dos políticos, Jânio mobilizou suas amizades para alterar a lei e não permitir que Lino de Matos continuasse como prefeito mantendo o mandato de senador. Ao perceber a manobra, e já sentindo que teria de optar por um dos cargos , Lino não teve dúvidas, entre um mandato de 2 e outro de 8 anos, claro, optou pelo de senador e mandou o de prefeito para as calendas. Assumiu, então, o restante do mandato , Wladimir de Toledo Pizza que era o vice de Lino.
E o problema da água? Bem, permaneceu da mesma maneira até os dias atuais, com os mesmos engodos, as mesmas mentiras, as mesmas omissões. Será que depois do susto da estiagem passada, agora vai? O tempo é que dirá.