Tragédia em Orly

No dia 12 de julho de 1973 um Boeing 707, da Varig, transformou-se numa verdadeira tocha voadora quando se preparava para pousar no aeroporto parisiense de Orly completando uma longa jornada iniciada no Rio de Janeiro. Algum desavisado jogou uma bituca de cigarro acesa na papeleira do toilette de bordo desencadeando o incêndio que se propagou rapidamente, obrigando o comandante Gilberto Araújo da Silva a tomar uma decisão desesperadora. Para não atingir a região densamente povoada mais próxima de Orly, sabendo que não havia possibilidade de chegar até o aeroporto, o comandante Gilberto pousou o avião com 134 pessoas a bordo, em uma plantação de repolhos. O pouso foi um sucesso, porém, o avião já estava quase todo consumido pelo fogo e infelizmente 123 morreram, entre eles o cantor Agostinho dos Santos e o senador Filinto Müller. Muito ferido, o comandante Gilberto ficou vários dias internado em um hospital de Paris e ao retornar ao Brasil, consegui conversar com ele, ainda à bordo de um Avro da própria Varig que o havia transportado do Rio para São Paulo uma vez que os grandes jatos internacionais não operavam em Congonhas:

Algum tempo depois o piloto Gilberto Araújo voltou às escalas normais de vôo da Varig, e, artimanhas do destino, 6 anos mais tarde no comando de outro Boeing 707, um cargueiro, na rota Japão-Brasil, com escala nos EUA, o avião desapareceu quando sobrevoava o Pacífico com toda a sua carga e tripulantes e até hoje nem um vestígio foi encontrado daquele avião e seus ocupantes, sendo este um dos maiores mistérios da aviação comercial do mundo todo.

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