TITA RUFFO NA BANDEIRANTES

Titta-Ruffo-

Tita Ruffo é considerado o maior barítono da história mundial do canto lírico. Foi ele, com toda sua companhia, quem inaugurou o teatro municipal de São Paulo na noite festiva de 12 de setembro de 1911. O teatro, nascido das pranchetas de Ramos de Azevedo e dos italianos Claudio e Domiziano Rossi, começou a ser construído em 1903 e finalmente inaugurado em 1911. Naquele ano a população paulistana pôde assistir 34 óperas encenadas nos 3 teatros que existiam na cidade, ou seja, o recém inaugurado Teatro Municipal, o São José e o Politheama. Para termo de comparação, em 2007 foram apresentadas apenas 14 peças nos teatros Municipal, São Pedro, Sesc Pinheiros e Paulo Eiró. No ano seguinte, somente 13. O alto custo para montagem de óperas e a falta de costume da população por esse gênero de espetáculo são as razões da quase inexistência de apresentação de óperas na cidade.
Para inaugurar o Teatro Municipal de São Paulo, em 1911, Tita Ruffo encenou Amleto, a versão italiana da célebre Hamlet. Ouça abaixo um trecho, que inclui um depoimento do próprio Tita Ruffo:

Essa entrevista completa de Tita Ruffo, a única que consta que ele tenha dado para uma emissora de rádio em toda sua vida, foi concedida ao repórter da rádio Bandeirantes José Carlos de Moraes (Tico-Tico), na cidade de Florença, Itália, em 1952. Alguns meses depois o extraordinário artista faleceu. A entrevista completa está arquivada no CEDOM – Centro de Documentação e Memória da rádio Bandeirantes. Em seu depoimento Tita contou que a provinciana cidade de São Paulo, então com 400 mil habitantes, na noite da inauguração do Teatro Municipal literalmente ficou com o transito paralisado. Os carros que vinham pelo viaduto do Chá se encontraram com o tráfego de automóveis que vinha do lado oposto, pela Barão de Itapetininga e, consequentemente, os carros que trafegavam pela atual Xavier de Toledo e pela Conselheiro Crispiniano ficaram completamente bloqueados. São Paulo tinha somente 300 automóveis registrados na prefeit ura dos quais, segundo registros da época, 135 se envolveram naquele que foi o primeiro engarrafamento de trânsito da Capital.

Advertisement