Das milhares de entrevistas, coberturas jornalísticas diversas, aquelas das quais me recordo com mais carinho foram feitas em 1970 e 1972, respectivamente, e ambas em Roma, na Itália.
Às vezes me pilho em reflexões, como foi possível ter interrompido uma filmagem no estúdio Dino DeLaurenti, tendo como protagonistas principais Peter O’Toole e Sophia Loren e o que é mais trágico, sem falar uma única palavra no idioma de ambos? E não terminam aí as dificuldades, pelo contrário, essas que enumerei foram secundárias porque a pior de todas foi o deslumbramento de me ver frente a frente, em seu camarim, semi despida porque os seus trajes eram frangalhos de um vestido. Quem assistiu- vez por outra a televisão reprisa – O Homem da Mancha, deve estar lembrado dos trajes de Sophia Loren. Diante de meu ídolo, lindíssima, provocante, inconscientemente, naqueles trajes, sem falar seu idioma e pouco entendendo do que ela me dizi a, porém tendo conseguido uma proeza gigantesca, basta dizer que ela jamais deu uma entrevista para o rádio do Brasil, não tinha como recuar. Ela havia prometido 10 minutos, num dos intervalos das filmagens, e acabou me dispensando mais de meia hora de sua atenção. Que simpatia de mulher aquela lindíssima atriz italiana:
No final, por causa da demora em voltar ao set de filmagem, Peter O’Toole teve um ataque, literalmente, de estrelismo ao que Sophia respondeu, “dane-se, espere ou volte amanhã”. Não é fantástico? Num dos próximos registros vou destacar trechos da entrevista com Gina Lollobrígida, da qual também nunca esqueci.