Seresta é o rebatizamento do termo da mais antiga tradição de cantoria popular no Brasil, a serenata que é o ato de cantar canções de caráter sentimental a noite, pelas ruas, com parada obrigatória diante das casas das namoradas.. No Brasil, o costume das serenatas já foi referido pelo viajante francês Le Gentil de la Barbinais, de passagem por Salvador em 1717, ao contar em seu livro Nouveau Voyage Autour du Monde que “à noite só se ouviam os tristes acordes das violas”, tocadas por portugueses a passear “debaixo dos balcões de suas amadas” cantando, de instrumento em punho..
Ainda hoje, principalmente em algumas cidades de Minas Gerais e Estado do Rio, é mais ou menos comum grupos de seresta homenageando não apenas a mulher amada, como era antigamente. Hoje também se reverenciam parentes e até amigos muito queridos.
Foi com uma seresta que os admiradores do político Adhemar de Barros o presentearam na data do seu aniversário dia 22 de abril de 1954. Para não perturbar o sono da vizinhança, inovaram com uma seresta as 6 da manhã e não às 11 da noite como manda a tradição. Foi diante da casa onde residia Adhemar, na rua Albuquerque Lins 992, começando de maneira tímida e com o passar do tempo uma multidão estava cantando para o aniversariante
Bons tempos aqueles da São Paulo que, já não tão pacata, ainda permitia que as pessoas manifestassem o seu carinho umas às outras cantando ao som de violões, flautas e violinos pelas ruas da cidade. Hoje, só se for canto “à capela”, porque instrumentos os ladrões roubam num piscar de olhos.
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