Mais de 60 mil torcedores assistiram no dia 15 de agosto de 1963, a uma das mais vergonhosas encenações do futebol brasileiro. Santos e São Paulo faziam o clássico da rodada no Pacaembu pelo Campeonato Paulista, e no exato momento em que o Tricolor marcava seu terceiro gol, dando a nítida impressão de que devolveria ao Santos os 6 a 2 de cinco meses antes, teve início o vexame.
Por reclamar acintosamente de alguma irregularidade que teria ocorrido antes do gol, Coutinho abusou de expressões ofensivas ao árbitro Armando Marques, e por essa razão foi expulso. Pelé, solidário ao companheiro até nas palavras chulas, também foi fazer-lhe companhia no chuveiro antes da hora, e não terminou por aí:
Ao retornar para a segunda fase, alegando que o lateral Aparecido, acometido de um misterioso mal-estar no vestiário, não tinha condições para continuar no jogo, o Santos apresentou-se para o segundo tempo com oito, uma vez que as regras naquela época não permitiam substituições.
Mal iniciada a etapa final, Pepe atirou-se no gramado após um choque normal com Bellini e também saiu de campo deixando o time com apenas sete. Na sequência, saiu o quarto gol do São Paulo justamente dos pés de um ex-ídolo do Santos, Pagão. Pensam que a palhaçada terminou por aí? Nada disso, o pior ainda estava para acontecer:
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Ao simular uma contusão, como fizeram os demais, Dorval desfalcou de vez o seu time. Por falta de um número mínimo de jogadores na equipe do Santos, o árbitro teve de encerrar a partida.
O resultado final, 4 a 1, foi um preço modesto para um dos capítulos mais tristes do nosso futebol, ocorrido a 15 de agosto de 1963, envolvendo uma das equipes mais fortes do planeta naqueles tempos, o incrível Santos FC do rei Pelé – que naquele dia nada teve de majestade comportando-se como um súdito vulgar.
Péssimo comportamento de um clube que tinha tantos bons exemplos para dar!