O basquete brasileiro nas décadas de sessenta e setenta, auge da carreira do extraordinário Carmo de Souza, conhecido como Rosa Branca, vivia uma espécie de “amadorismo marrom”. O profissionalismo nos clubes era praticado de maneira dissimulada, quase sempre na forma de emprego ao qual o atleta nunca comparecia e nem mesmo conhecia o endereço da empresa contratante.
Rosa Branca que foi ala, pivô e armador, atuando em todas as posições com brilho invulgar, esteve na seleção durante doze anos e com ela conquistou dois títulos sul-americanos e dois mundiais. Começou a jogar basquete menino, em sua cidade natal, Araraquara, e, logo depois, se transferiu para o São Carlos Clube onde se tornou bicampeão paulista despertando o interesse dos grandes clubes da época, conforme Rosa Branca revelou no programa Balanço Geral da rádio Bandeirantes, em março de 1999:
Carmo de Souza, que o Brasil conhecia por Rosa Branca, recebeu esse apelido em razão de que seus colegas o consideravam fisicamente parecido com o chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, figura sombria que ganhou notoriedade em 1954 por ter arquitetado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda que na época desenvolvia uma campanha difamatória sem tréguas contra Getúlio.
Rosa Branca, uma das lendas do nosso basquete, morreu em 2008, aos 68 anos de idade, vítima de complicações causadas por uma pneumonia.