PLANO COLLOR, PIOR A EMENDA DO QUE O SONETO

A inflação oficial no Brasil no último ano do governo José Sarney atingiu a olímpica marca de 1.764%, um recorde que muitos paises envolvidos em guerra jamais atingiram. Ao suceder Sarney em março de 1990, Fernando Collor de Melo elegeu como prioridade de sua administração, o combate sem tréguas à espiral inflacionária. Decorridas algumas horas de sua posse a ministra da Economia por ele nomeada, Zélia Cardoso de Mello, surpreendeu a nação com o anúncio do denominado Plano Collor onde, entre outras medidas, determinava-se o imediato confisco dos depósitos bancários superiores a 50 mil cruzeiros, afrontando o direito constitucional de propriedade de todos os cidadãos. Apesar dos protestos gerais, o teimoso presidente só permitiu as primeiras liberações dos depósitos congelados no mês de dezembro daquele mesmo ano, mesmo sendo evidente o malôgro do seu faraônico plano econômico. No dia 11 de dezembro de 1990, em seu gabinete ministerial, Zélia Cardoso de Mello, pelos microfones da Bandeirantes, anunciou o afrouxamento do plano por ela mesma elaborado:

Fernando Collor de Melo não teria outra oportunidade para impor mais alguma aventura no terreno da Economia. Pressionado por uma avalanche de denúncias, bem antes de terminar sua gestão, acabou deixando o governo no dia 29 de dezembro por força de um impeachment decretado pelo Congresso.

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