Três meses após a posse de Fernando Collor de Melo na presidência da República, em 1990, surgiram as primeiras denúncias de corrupção no governo. Um dos primeiros nomes, de vários que surgiram como intermediários de negócios duvidosos entre o governo e empresários de diversos ramos, foi o de Paulo Cesar Farias, o PC Farias, tesoureiro da campanha de Collor nas eleições para o governo de Alagoas e, mais tarde, também na campanha presidencial.
As evidências foram confirmando cada vez mais que “algo de podre havia no reino da Dinamarca”. Uma CPI mista foi criada no Congresso Nacional, e muita gente foi convocada para ser ouvida pelos seus integrantes. Em dezembro de 1993 foi a vez do próprio pivô de todo aquele “imbróglio”, o empresário PC Farias. Prestou um longo depoimento, fazendo pilhéria a todo momento, respondendo às perguntas, invariavelmente, em tom de deboche causando a indignação dos parlamentares:
Em 1994 o presidente Fernando Collor, cujo mandato havia sido cassado em 1992, foi absolvido pelo STF por falta de provas do seu envolvimento no esquema PC, enquanto este foi condenado por unanimidade tendo fugido do País após ter sua prisão preventiva decretada. Recapturado, foi trazido de volta e acabou beneficiado com uma decisão de Justiça que o autorizou a cumprir o restante da pena de sete anos em regime aberto.
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Em 1996 o empresário, que iria depor em outra CPI, a das empreiteiras, foi encontrado morto em sua casa de praia, ao lado da namorada Suzana Marcolino. Até hoje persistem dúvidas sobre a morte de PC Farias, suicídio ou homicídio? Quem matou, ou mandou matar o casal? Ambos levaram as repostas para o túmulo.