O futebol paulista viveu em 1963 duas emoções pouco comuns envolvendo, curiosamente, o mesmo clássico: São Paulo x Santos. O primeiro fato inusitado foi a vitória que o Santos impôs ao tricolor no dia 07 de março pelo torneio Rio São Paulo, por 6 a 2, a maior até hoje no confronto entre as duas agremiações. Os dois times voltaram a se enfrentar no dia 15 de agosto de 63, dessa vez pelo campeonato paulista, e já se esperava nova vitória santista por larga contagem. Sessenta mil pessoas assistiram não apenas uma inversão das expectativas como, também, presenciaram uma das atitudes mais lamentáveis dos dirigentes do nosso futebol. Tudo começou quando o São Paulo fez o seu terceiro gol ainda no primeiro tempo, assim descrito por Pedro Luis:
Com dois a menos, perdendo de 3 a 1, tendo toda a segunda etapa pela frente, era de se esperar que o São Paulo devolveria os 6 a 2 com juros e correção monetária. Quando retornou para o segundo tempo o Santos já não tinha 9 e sim 8 jogadores. O lateral Aparecido teria sofrido uma misteriosa contusão nos vestiários. Recomeçado o jogo , com somente 6 minutos transcorridos, a farsa começou a se delinear:
Esse jogo é uma das páginas negras do nosso futebol, felizmente pouco comum. O campeonato Paulista de 1963 teve o Palmeiras como campeão, o São Paulo foi o vice e o Santos ficou em terceiro. A outra expressão do futebol paulista, o Corinthians, amargou a nona colocação.