Pagou a conta que era do outro

JK e Jango

No campo político, o ambiente não se acalmou após o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954. A crise que se arrastava há meses, aprofundou-se ainda mais com a proximidade das eleições presidenciais em outubro de 1955. Os antigetulistas opunham-se ferozmente contra as candidaturas de Juscelino Kubitscheck e seu vice, João Goulart, considerados herdeiros políticos de Getúlio, e eles é que venceram. Houve todo tipo de pressão, inclusive de um setor do militarismo, tentando impedir a posse dos eleitos.

Leia também:
A morte de um anjo

Após muitas negociações, ambos assumiram seus cargos no dia 31 de janeiro de 1956, mas as pressões não terminaram. Depois de 11 meses na presidência da República, na noite de 27 de novembro de 1956, Juscelino resolveu desabafar. Estava cansado das ameaças de intervenção em seu governo. A rádio Bandeirantes formou cadeia com as demais emissoras do País para transmitir o seu pronunciamento:

Aos trancos e barrancos, querido pelo povo e execrado pelos radicais que por ele foram derrotados nas urnas, conseguiu terminar o seu mandato. O vice João Goulart candidatou-se à reeleição no pleito seguinte, 1960, sendo eleito na chapa encabeçada por Jânio Quadros. Ocorre que Jânio renunciou à presidência ao cabo de 7 meses, e quem assumiu foi o vice João Goulart, que tornou a enfrentar as mesmas resistências de seis anos antes. Contornado o impasse, assumiu, mas não conseguiu terminar o mandato, sendo deposto pelo chamado golpe militar de 1964, ou seja, pagou a conta que era de Juscelino.

Advertisement