Oxum mais bonita, a do Gantois

Há 38 anos falecia em Salvador, aos 92 anos de idade e de causas naturais, Maria Escolástica da Conceição Nazaré, filha de escravos trazidos da Nigéria.  Foi a ialorixá mais reverenciada em todo o Brasil, tratada carinhosamente por Mãe Menininha do Gantois, uma das principais batalhadoras pela liberdade dos cultos religiosos. Afinal, na década de 30, na ditadura Vargas, o candomblé só podia realizar cerimônias com autorização da polícia. Outra revolução, liderada por ela, foi a abertura dos terreiros para brancos e católicos, ela própria, apesar de ser Mãe de Santo, jamais deixou de assistir as missas diárias na Igreja católica. Um ser verdadeiramente espiritualizado. A casa onde viveu, em Salvador, foi tombada pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional e transformada no Memorial Mãe Menininha um dos locais de maior visitação na capital baiana.  Em 1978, apesar de avessa a entrevistas, ela me recebeu em sua casa:

Mãe Menininha do Gantois

Ao longo de sua vida, Mãe Menininha conquistou o respeito e exerceu grande influência na sociedade baiana do século 20.  Era uma voz de consenso, a voz que todos ouviam para saber como as coisas deviam ser direcionadas. Foi, enfim, a ialorixá das ialorixás, aquela diante de quem todas as mais velhas da Bahia se curvavam por tudo o que ela representava, pela própria condição de conciliadora.

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