O Tempo e o Vento

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, em 1967, Érico Veríssimo descreve o Rio Grande do Sul na fase de sua formação

Érico Veríssimo
Érico Veríssimo

Érico Lopes Verissimo, nascido em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, em 1905, é um dos nossos mais importantes escritores. Sua fama nacional veio em 1938, com a publicação da obra Olhai os Lírios do Campo, traduzida em vários idiomas. Nove anos mais tarde, em 1947, começou a escrever sua obra prima, a trilogia O Tempo e o Vento, que tem como ponto de partida, no desenvolvimento da narrativa, a formação do estado do Rio Grande do Sul. Em 1967, em entrevista a Vicente Leporace no programa O Trabuco, ela Rádio Bandeirantes, Érico Veríssimo disse que a ideia inicial era reunir 200 anos de história do Rio Grande do Sul, entre 1745 e 1945, em um único volume. Todavia foram necessários três, porque o romance produziu 2.200 páginas.

Ouçam Érico Veríssimo, de viva voz, descrevendo o Rio Grande do Sul na fase de sua formação, em meados do século XVIII, conforme ele relatou detalhadamente em O Tempo e o Vento:

Érico Veríssimo
Érico Veríssimo

O primeiro volume de O Tempo e o Vento foi publicado em 1949. Desse primeiro volume, denominado O Continente, saíram alguns personagens marcantes, entre eles Ana Terra e o Capitão Rodrigo Cambará. O segundo volume denomina-se O Retrato e o terceiro é O Arquipélago.

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Anjo das pernas tortas

No dia 28 de novembro de 1975, Érico Veríssimo faleceu em Porto Alegre vítima de um infarto e está sepultado no cemitério São Miguel e Almas. Na ocasião de sua morte, Carlos Drummond de Andrade publicou o poema A Falta de Érico Veríssimo, um verdadeiro epitáfio.

A falta de Érico Veríssimo – Carlos Drummond de Andrade

Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda – como tarda!
a clarear o mundo.

Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta.

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

1 comentário

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  • Boa tarde Milton,
    Não existe a entrevista completa? Seria incrível ter esse documento sonoro divulgado!
    Um abraço e parabéns!

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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