O Scratch do Rádio na Cadeia Verde Amarela

Bellini, capitão da Seleção na Copa de 1958 – Reprodução

Nas comemorações dos 84 anos da Rádio Bandeirantes, dia 6 de maio, e dos 54 anos da televisão Band, dia 13 de maio, destaco um dos pilares da enorme audiência conquistada pela rádio ao longo de sua jornada: o seu departamento esportivo.

A arrancada para dominar a audiência nesse campo deu-se em 1956, quando ela foi a única emissora a transmitir os Jogos Pan-Americanos no México. Naquela época, o interesse do público brasileiro por essa competição rivalizava com a paixão pelos Jogos Olímpicos.

Na cobertura do referido evento, foi criado o slogan “Cadeia Verde Amarela Norte Sul do Brasil” para enfatizar o elevado número de emissoras espalhadas por todo o território retransmitindo os jogos em rede com a Bandeirantes. Edson Leite e Darcy Reis foram os locutores que cobriram aquele acontecimento, e o resultado em termos de audiência foi tão grande que, faltando dois anos para o mundial na Suécia, “seo” João Saad decidiu dobrar as fichas de investimento no departamento esportivo.

A maior concorrente da Bandeirantes, naquela época, era a rádio Panamericana, que tinha em seus quadros Pedro Luiz e Mário Moraes. No mesmo ano os dois foram contratados pela Bandeirantes e formaram com Edson Leite um trio imbatível. Basta dizer que na Copa de 1958 eles conseguiram dar a emissora uma audiência de 95%, índice jamais igualado nem mesmo por emissoras de televisão.

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Vale a pena ouvir um dos gols do Brasil contra a Suécia, narrado por Pedro Luiz, locutor de voz clara, estilo sóbrio, que foi o responsável por um dos períodos mais férteis e marcantes nas transmissões esportivas no rádio:

Edson Leite narrou o segundo tempo do mesmo jogo, entre Brasil e Suécia, em que nosso selecionado conquistou o seu primeiro título mundial de futebol. É gratificante, também, ouvir Edson Leite narrando o quinto gol brasileiro marcado por Pelé já no finalzinho da partida:

A consolidação do esporte na Bandeirantes deu-se em 1963, quando Fiori Gigliotti retornou à emissora onde, aliás, havia iniciado sua carreira no começo dos anos 1950. Locutor que narrava os jogos com uma carga de emoção que empolgava os ouvintes, ele foi o responsável pela criação de um outro slogan que identificava o jornalismo esportivo da Bandeirantes: Scratch do Rádio.

Ouçam o gol de número 100 na carreira do craque Rivelino num jogo entre as seleções do Brasil e da Alemanha em 1977 no Maracanã:

Milton Parron

Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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Milton Parron começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais, esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores repórteres da história do rádio brasileiro.

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