NA POLÍTICA, TRAIÇÃO É VIRTUDE

PEDRO AURÉLIO GÓES MONTEIRO

Pedro Aurélio de Góes Monteiro, alagoano, nascido em fevereiro de 1889 em São Luis do Quitunde, iniciou sua carreira na Escola de Guerra de Porto Alegre chegando ao posto de general-de-divisão. Ao longo dos anos revelou-se um forte legalista ao combater os “dezoito do forte”, o tenentismo e a coluna Prestes durante a década de vinte. Foi um dos comandantes da revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder. Pouco tempo depois comandou as tropas federais contra os paulistas na revolução constitucionalista de 1932 e como prêmio foi nomeado ministro da Guerra (1934-1935) do governo Getúlio Vargas ocupando tal cargo até a escolha de Eurico Gaspar Dutra como seu sucessor. Ele também participou ativamente da decretação e manutenção do Estado Novo (1937-1945).

Góes Monteiro foi chefe, ainda, do Estado Maior do Exército Brasileiro entre 1937 e 1943, retornando ao ministério nos últimos dias de Vargas no poder em 1945. Foi mantido no cargo no governo José Linhares e nos primeiros meses da gestão Dutra. Foi ele, também, um dos integrantes do grupo que conspirou e derrubou Getúlio Vargas em 1945.

Quando começaram a surgir rumores, em 1949, de que Getúlio pretendia voltar à presidência da República, dessa vez pelo voto popular, o repórter da rádio Bandeirantes, José Carlos de Moraes – Tico-Tico – foi ao Rio de Janeiro para ouvir a opinião do General Góes Monteiro:

Percebem como na política as traições são corriqueiras onde não se respeita nem mesmo velhas amizades? Um fato pouco conhecido é que foi o general Góes Monteiro que presenteou o deputado Tenório Cavalcanti, o lendário Homem da Capa Preta, com uma sub-metralhadora alemã MP-40, a famosa “Lurdinha”, que até filme virou nas mãos daquela enigmática figura. O general morreu no Rio de Janeiro no dia 26 de setembro de 1956.

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