NA POLÍTICA, PROMESSA É CERTEZA DE PREJUIZO

A notícia política bombástica do ano de 1950 foi divulgada no mês de junho daquele ano quando o forte candidato a presidência da República, governador de São Paulo, Adhemar de Barros, resolveu retirar sua candidatura em favor de Getúlio Vargas que havia sido deposto da chefia de governo em 1945 e estava novamente propenso a disputar o cargo, desde que tivesse o apoio de Adhemar um líder de massa capaz de reunir os votos necessários para sua eleição. A decisão favorável a esse acordo foi tomada após longa reunião no Palácio dos Campos Elíseos que era, então, a sede do governo de São Paulo. O repórter da rádio Bandeirantes, José Carlos de Moraes – o Tito Tico, acompanhou tudo:

Alguns dias depois, durante um comício no Anhangabaú que reuniu uma multidão poucas vezes vista em uma manifestação política, Adhemar de Barros abriu mão publicamente de sua candidatura anunciando seu apoio a Getúlio Vargas:

Com um milhão de votos dos ademaristas, representando mais de 25% do total de sua votação, Getúlio Vargas foi eleito presidente da República no dia 03 de outubro de 1950. Getúlio deveria retribuir apoiando Adhemar na próxima eleição presidencial que ocorreria em 1955. Ocorre que ele praticou o suicídio em agosto de 1954, antes do término de seu mandato.

Quanto ao professor da Faculdade de Direito da USP, Miguel Reale, acabou preterido e quem foi indicado para suceder Adhemar de Barros no governo de São Paulo foi outro professor da USP, Lucas Nogueira Garcez, da Politécnica que foi eleito sem qualquer dificuldade, porém, logo rompeu com o padrinho Adhemar. De forma que em 1955 Adhemar nem teve apoio de Getúlio que havia morrido e nem de Garcez que tornara-se seu inimigo. Política, como se vê, é uma atividade de alto risco!

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