Na política brasileira, nem Ptlomeu II teria vez

Ptolomeu Filadelfo na Biblioteca de Alexandria – Vincenzo Camuccini

Em ano de eleição, graças aos esforços do TSE, mesmo com os estragos provocados pela Covid-19, não tem como impedir que a memória viaje alguns anos revisitando momentos importantes da nossa história política. Um deles ocorreu no dia 25 de abril de 1984, quando a emenda que levou o nome do deputado Dante de Oliveira, seu autor, foi finalmente votada no Congresso Nacional. Ela previa eleição direta para presidente da República, e a sessão conjunta das duas Casas do Congresso para sua votação, presidida pelo senador Moacir Dalla, varou a noite de 25 e só terminou na madrugada seguinte.

Os primeiros a votar foram os deputados, e o resultado apontou 298 votos a favor da emenda, 65 contrários, 113 ausências e 3 abstenções. Por se tratar de emenda constitucional, seria necessária a aprovação de dois terços da Casa, isto é, 320 votos. Como faltaram 22 para atingir esse quórum, a emenda foi rejeitada e os senadores nem sequer precisaram votar. Dessa maneira terminou melancolicamente a campanha em favor das Diretas Já. Uma declaração, porém, bem ao seu estilo, do ex-presidente Jânio Quadros pelos microfones da Rádio Bandeirantes, no dia 26 de abril de 1984, algumas horas após a rejeição da emenda Dante de Oliveira, atenuou a tristeza que havia dominado o ambiente político:

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