Nos estertores de seu segundo mandato como prefeito de São Paulo, no dia 29 de outubro de 1988, Jânio Quadros compareceu a uma cerimônia de apresentação dos novos ônibus entregues à CMTC, que era a responsável pelo transporte público da cidade.
No seu clássico estilo gerador de manchetes, apresentou-se aos jornalistas com aspecto combalido, reclamando de estar muito doente e febril, já foi anunciando previamente que não tinha condições para dar entrevistas.
No entanto, gostou tanto das perguntas que lhe foram feitas, entregando-se de tal maneira a uma improvisada coletiva de imprensa surgida na hora, que esqueceu-se de dar atenção à cerimônia, aos discursos e até aos músicos da entusiasmada banda que executava sem parar a sua antológica marchinha de tantas campanhas: “Varre, Varre, Vassourinha”:
Jânio, que foi vereador e prefeito de São Paulo duas vezes, além de governador do Estado, era natural de Campo Grande, Mato Grosso. Em 1960, tornou-se o vigésimo-segundo presidente da República assumindo o cargo em janeiro de 1961 para renunciar ao mesmo sete meses mais tarde, no dia 25 de agosto.
A entrevista, acima, foi uma das últimas de Jânio. Ao deixar a prefeitura, no final de 1988, retirou-se da política e a partir de então realmente sua saúde começou a definhar agravando-se com a morte de sua esposa, Eloá, em 1990.
Jânio passou os últimos meses de sua vida entre casas de repouso e quartos de hospitais. Morreu em 16 de fevereiro de 1992 no hospital Albert Einstein, onde estava internado, em estado vegetativo vitimado por três derrames cerebrais. Final de vida inglório para um político de tamanha popularidade.