Mozart Camargo Guarnieri, nascido em Tietê em fevereiro de 1907, é, provavelmente, o segundo compositor erudito brasileiro mais executado no mundo, sendo superado apenas por Villa-Lobos. Sua bagagem musical é composta por cerca de 700 obras.
Em 1928, foi apresentado a Mário de Andrade, do qual se tornou grande amigo. Foi ele quem o convidou para assumir a regência do Coral Paulistano e logo após, também, a Orquestra Sinfônica Municipal. No período da Política da Boa Vizinhança entre EUA e Brasil, Camargo Guarnieri se tornou o principal compositor brasileiro nos meios musicais clássicos daquele país. Em 1975, foi contratado pela Universidade de São Paulo para criar uma orquestra sinfônica naquela instituição. Sendo uma das referências da cultura musical erudita do Brasil, ao lado de Villa-Lobos e Francisco Mignone, é inconcebível imaginar as dificuldades, até financeiras, pelas quais passou no final da vida o grande mestre que, aos 85 anos de idade, em 1992, para o programa Memória das rádios USP e Bandeirantes, mostrou-se desalentado e, mesmo arrependido, pela arte à qual havia dedicado a sua vida:
Quando morreu, em janeiro de 1993, três meses após essa entrevista, Camargo Guarnieri recebeu modestas homenagens das muitas que deveria ter recebido em vida. Hoje, infelizmente, é um nome pouco lembrado, como de resto todos aqueles que se dedicaram à cultura no campo musical em nosso País. Se for feita uma pesquisa com resposta induzida sobre Carlos Gomes, boa parte ficará em dúvida se ele é um cacique da tribo dos Guaranís ou se ele é o autor da ópera Guarany baseada no romance de José de Alencar e que foi apresentada a primeira vez em março de 1870 no teatro Scala de Milão, com estrondoso sucesso.