GETÚLIO PERDEU A PACIÊNCIA


Getúlio Vargas deposto da presidência da República em outubro de 1945 resolveu candidatar-se ao senado nas eleições de dezembro daquele mesmo ano. Foi eleito com expressiva votação e, como ele, também eleitos 10 antigos interventores estaduais nomeados pelo próprio Getúlio durante o Estado Novo.
Vieram as eleições presidenciais de 1950 e Getúlio resolveu se candidatar pelo PTB recém fundado, tendo como adversários o Brigadeiro Eduardo Gomes, pela UDN, Christiano Machado, pelo PSD e João Mangabeira pelo PSB. Nessa campanha aconteceu o inusitado durante um comício na cidade de Baurú. Sabedores de que a polícia agiria com rigor contra aqueles que perturbassem o comício – lembrando que Adhemar de Barros era o governador e apoiava Getúlio – algumas centenas de baderneiros, à soldo dos demais candidatos, tiveram a idéia de aplaudir Getúlio em vez de vaia-lo assim não haveria razão para intervenção policial. E aplaudiram e gritaram vivas com tamanha constância e entusiasmo que o pobre Getúlio não conseguia terminar uma única frase. Foi tantas vezes interrompido que acabou perdendo as estribeiras e baixou o nível do discurso usando de expressões vulgares que eram absolutamente incomuns no seu vocabulário:

E Getúlio Vargas, tão criticado, tão combatido em função dos 15 anos de arbítrio que impôs ao Brasil, ganhou com folga as eleições de 1950 obtendo 3.849.040 votos contra 2.342.384 votos atribuidos ao segundo colocado, Brigadeiro Eduardo Gomes. Getúlio foi vencedor em 17 Estados, incluindo São Paulo, mais o Distrito Federal.

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