Gênio explosivo anula a boa educação de qualquer um

Dia 25 de novembro de 1965, estádio Brinco de Ouro da Princesa, Campinas. Pelo Campeonato Paulista jogavam Guarani e Corinthians, e até os 43 minutos do segundo tempo o Guarani vencia por 2 a 1. Naquele momento, dois personagens se tornaram o assunto da semana e de toda a temporada de 65.

Etelvino Rodrigues, que antes de se tornar árbitro tinha sido um excelente repórter de campo da Rádio Bandeirantes usando o nome Ethel Rodrigues, e outro personagem, o jovem goleiro corintiano Marcial de Mello Castro, de apenas 24 anos, ganharam destaque.

Revelado no Atlético Mineiro, Marcial foi vendido ao Flamengo na transação mais cara de Minas Gerais até aquela data. Também foi convocado para defender a seleção brasileira no Sul-Americano de 1963, pela qual fez sete jogos, até que, em 1965 veio para o Corinthians.

Educado e instruído, aprovado no vestibular para Medicina, optou pelo futebol.

Ninguém entendeu a cena ocorrida aos 43 minutos finais daquele jogo em Campinas envolvendo esses dois personagens:

Terminado o jogo, todos os repórteres correram para cima do árbitro Etelvino Rodrigues, ex-Ethel Rodrigues, repórter da Rádio Bandeirantes:

Dois anos mais tarde, aos 26 anos, o goleiro Marcial resolveu pendurar as chuteiras e retomou seus estudos, formando-se em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais, atuando muitos anos como médico anestesiologista do Hospital Universitário São José, de Belo Horizonte. Marcial faleceu de infarto em agosto de 2018, aos 77 anos de idade.

Por sua vez, Ethel Rodrigues também teve vida curta no futebol, apenas dois anos. Em 1965, caiu em desgraça após desastrada arbitragem num clássico Santos 2, Corinthians 1. Mudou-se para Belo Horizonte, onde veio a falecer muitos anos mais tarde, em julho de 2001. São páginas tristes que um esporte tão alegre como o futebol, também escreve.

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