No dia 18 de setembro de 2000 o judoca brasileiro Tiago Camilo, categoria dos leves, conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália. Dois dias mais tarde foi a vez de outro judoca, Carlos Honorato, ganhar nossa segunda medalha de prata. Uma vitória surpreendente porque o adversário era campeão olímpico e Honorato um iniciante. A rádio Bandeirantes estava lá e acompanhou a vibração do nosso atleta:
A vibração de Honorato tinha muitas outras razões, além da vitória em si. As dificuldades que ele havia passado até chegar ao pódio, a mesma de centenas de outros atletas dos esportes amadores, justificava a sua empolgação. Nem o governo, nem as federações proporcionam o mínimo necessário para aprimoramento dos atletas que se dedicam aos esportes não profissionais.
Assim que terminou a luta em que Carlos Honorato conquistou a medalha de prata na Olimpíada em Sidney, o repórter da Bandeirantes, Leandro Quesada, entrou em contato com dona Elza, a emocionada mãe do medalhista que ao lado de parentes e vizinhos acompanhou a vitória do filho. No seu relato ficaram evidentes as dificuldades que eles, os pais, enfrentaram para que o filho representasse o judô brasileiro lá fora:
A história de Carlos Honorato e de Tiago Camilo é igualzinha a de seus companheiros de judô e dos demais esportes amadores. Dependem do sacrifício pessoal e o de toda a família para reunir recursos que lhes possibilitem manter os treinamentos e as locomoções.
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Em época de eleição, como estamos vivendo, o que não falta é promessa de candidatos em favor dos esportes amadores. Até hoje, tudo não tem passado de conversa fiada. E olha que o Brasil participa de Jogos Olímpicos desde Antuérpia, na Bélgica, em 1920, quando conquistamos três medalhas. Naquela ocasião os 21 integrantes da delegação brasileira tiveram que se virar para cobrir os gastos com a viagem.
Cento e dois anos se passaram, desde então, e pouca coisa mudou. Já não é tempo de se fazer mais pelos esportes amadores e prometer menos?