Adriano, que os bajuladores adjetivam de “imperador de Roma”, Valdívia que joga uma semana e fica um mês no departamento médico, Luis Fabiano, que os enaltecedores acima referidos chamam de “o fabuloso”, são apenas alguns das dezenas de exemplos de atletas profissionais cujo custo-benefício para o clube é altamente discutível. Mais ficam inativos por suspensões disciplinares ou lesões, do que enfrentando a dura jornada imposta àqueles que gostam de jogar bola. Inativos, porém recebendo o que é altamente lesivo para os cofres dos clubes. Isso acontece porque os dirigentes, via de regra e não a totalidade, são acomodados, acovardados e distanciados dos interesses das entidades que dirigem. A omissão desses dirigentes chega a ser criminosa. Atletas acomodados existem desde que o futebol se profissionalizou no Brasil ainda na década de 30, porém atitudes corajosas de presidentes de clubes se contam nos dedos. Uma decisão firme, que integr a a antologia do futebol brasileiro, foi tomada no dia 14 de setembro de 1972 punindo com rigor a rebeldia, a indisciplina e o corpo mole de alguns jogadores da Portuguesa de Desportos, por coincidência a metade do time principal, ou seja, 6 deles, incluindo alguns a nível de seleção. Foram todos demitidos, de uma só penada e quem os dispensou foi um dos mais importantes dirigentes que a Portuguesa teve em toda a sua estória, que hoje leva o nome do estádio da lusa, que aliás, foi ele mesmo quem construiu, Oswaldo Teixeira Duarte. Ele reuniu a imprensa para comunicar sua drástica decisão, e comoveu-se de tal forma que sucumbiu a um choro convulsivo porque entre os 6 dispensados, 4 eram seus amigos pessoais. A Bandeirantes estava presente:
Amante do futebol, competente administrador, nunca se serviu como a maioria, pelo contrário somente serviu ao esporte com toda paixão. Infelizmente os bons exemplos, como esse de Oswaldo Teixeira Duarte raramente frutificam, por isso as frutas de hoje estão tão apodrecidas. A coletiva de imprensa para anunciar a limpeza no departamento de futebol profissional da Portuguesa em 1972 foi longa, em meio a muito choro e muita emoção. Ela está completa, e bem preservada, como todos os demais documentos, no CEDOM – Centro de Documentação e Memória da Rádio Bandeirantes.
Comentários (23)
Eu gostaria que o presidente de meu time de coração, São Paulo F.C, Juvenal Juvêncio, tivesse pelo menos a metade da coragem de Osvaldo Teixeira Duarte.
vishhhh.........esse tem o saco roxo!!!!!!!!
Parabéns, Parron, pelo resgate da memória do melhor presidente que a Lusa já teve. E tem que ser ressaltado que 1 ano após este episódio, que ficou conhecido como "a noite do galo bravo", a Lusa foi campeã Paulista, dividindo o título com o Santos.
Parabéns...
Que saudades de homens como o OTD que comandou a minha Portuguesa e nunca deixou ela cair, pelo contrario, era um clube que sempre disputava titulos... OTD é um exemplo nao so para a Portuguesa mas para todos os clubes!
Só para lembrar: na famosa "noite do Galo Bravo" o Dr. Oswaldo demitiu jogadores renomados, alguns que posteriormente vieram a ter trajetórias profissionais brilhantes (como o zagueiro Marinho, a que ele se referiu, posteriormente conhecido como Marinho Peres). Decisão difícil, discutível. Mas com o grupo que ele formou, nos 3 anos seguintes (de 1973 a 1975) a Portuguesa simplesmente chegou a 2 finais do campeonato Paulista. Ou seja, a limpeza foi dura e, como fica claro na gravação, muito difícil inclusive pra ele, mas o resultado positivo existiu.
caro milton;a familia teixeira duarte vem lhe agradecer a materia por ti formulada e a oportunidade que tu nos deste de poder ouvir mais uma vez o grande lider da nação lusa e de meu heroi que carinhosamente chamo de pai. abraço e muito obrigado.
Infelizmente, na minha Portuguesa, não apareceu mais nenhum Presidente, com "P", depois dele. Só tivemos presidentes, com "p".
Vale lembrar, que no ano seguinte, 1.973, a lusa foi campeã paulista, com quase todo time formado por "garotos" da base. Entre êles o Basílio.
Ah, se todos fossem iguais a VOCE...
ME LEMBRO BEM GRAÇAS A ESSA DECISAO FOMOS DECIDIR O TITULO MEIO A MEIO COM O SANTOS SAUDADES DE OSVALDO TEIXEIRA DUARTE