O governo do marechal Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) foi marcado, internamente, pela promulgação da nova Carta Constitucional, em 18 de setembro de 1946. De caráter liberal e democrático, a Constituição de 1946 iria reger a vida do país por mais duas décadas.
No início do governo Dutra ocorreram muitas greves, o que motivou a intervenção federal em mais de uma centena de sindicatos.
A Constituição promulgada em 1946 apresentava uma emenda proibindo o registro de partidos políticos contrários ao regime representativo. Por essa razão, em 1947, o Partido Comunista Brasileiro foi fechado e, logo em seguida, os deputados comunistas tiveram seus mandatos cassados. Nas Assembléias Legislativas em todos os Estados a grita foi geral pedindo que o Congresso Nacional repudiasse a cassação dos mandatos parlamentares. Na sessão que votou a referida moção na Assembléia de São Paulo, a Bandeirantes estava presente:
Com a eleição de Dutra na verdade o Brasil não assistiu ao restabelecimento de uma democracia já que a ilegalidade imposta ao Partido Comunista, bem como a manutenção do aparelho policial e o rompimento das relações diplomáticas com a União Soviética mais a intervenção em dezenas de sindicatos indicam que pouca coisa mudou com a deposição de Getúlio Vargas.
Outro desastre foi o liberalismo econômico adotado pelo presidente Dutra, dando facilidade à livre importação de mercadorias, produzindo o esgotamento das divisas do País. Mais tarde teve de modificar sua posição restringindo algumas importações, porém, era tarde porque a inflação e a dívida externa já tinham corroído nossa Economia.