Blog do Milton Parron

Hermínio Sacchetta, paulistano, nascido em 1909 e falecido em 1982, foi um brilhante jornalista atuando tanto na imprensa escrita quanto na falada. Formou muita gente nas redações que comandou, especialmente no Correio Paulistano, Folha da Manhã, Folha da Noite, Diário da Noite, Diário de São Paulo e rádio Bandeirantes onde foi diretor de jornalismo entre os anos de 1957 e 1959. Quando resolveu se desligar da Bandeirantes, por estar saudoso do cheiro da tinta dos jornais, disse ao “seo” João Saad, dono da emissora, que deixava em seu lugar uma jovem revelação, Alexandre Kadunc. E tinha toda razão, Kadunc tornou-se um divisor de águas no jornalismo de rádio criando um estilo de linguagem para os noticiosos que até hoje é padrão geral. Textos concisos acabaram com as laudas intermináveis e modorrentas, cheias de expressões ultrapassadas.

Determinou o uso da sonoplastia para ilustrar os noticiários, e, acabou com as cansativas marchas militares como prefixos trocando-as por aberturas que permanecem na memória, entre elas os metais anunciando o Correspondente Renner e o canto do pássaro uirapurú para as intervenções dos Titulares da Notícia, nome forte que destacou o jornalismo da rádio Bandeirantes dos demais, também criado por ele. Alexandre Kadunc também era talentoso e contundente nos comentários que fazia nos programas do qual participava. Quando o controvertido imperador Hailé Selassié, que governou a Etiópia com mão de ferro durante 44 anos foi deposto, em 1974, Kadunc não deixou o assunto passar em branco:

Alexandre Kadunc, criador dos Tïtulares da Notícia, diretor de jornalismo da rádio Bandeirantes com passagens posteriormente pela Record e Capital, faleceu em junho de 1989, tinha apenas 57 anos de idade. Hoje ele é nome de uma praça no bairro da Penha e de uma escola municipal na região de Santo Amaro.