Domingo, 26 de maio de 1968, uma notícia transmitida pelo médico Oscar Cesar Leite, que era o assessor da Superintendência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, lia para o batalhão de jornalistas à sua frente, um comunicado que emocionou o Brasil e foi notícia de destaque em toda a imprensa brasileira durante várias semanas:
Os transplantes de órgãos não eram tão rotineiros quanto hoje em dia e os de coração menos ainda, bastando dizer que aquele foi o primeiro da América Latina e o quinto do mundo. Era um acontecimento tão raro e auspicioso, que o próprio governador de São Paulo na ocasião, Roberto Costa de Abreu Sodré e várias autoridades deslocaram-se até o Hospital das Clínicas, antes mesmo do término da cirurgia, para cumprimentar a equipe médica:
O primeiro transplante de coração do mundo tinha sido realizado 6 meses antes, no dia 3 de dezembro de 1967, pelo médico sul-africano Christian Barnard, na Cidade do Cabo, cujo receptor morreu 18 dias após o procedimento em função de rejeição do órgão transplantado. No caso do transplante em São Paulo, o receptor foi João Ferreira da Cunha, um humilde lavrador de Mato Grosso, conhecido por João Boiadeiro, que faleceu 28 dias após receber o novo coração, também, por rejeição.
Uma das mais recentes novidades nesse campo ocorreu no dia 10 de janeiro do ano passado quando o americano David Bennet, de 57 anos, tornou-se a primeira pessoa a receber o transplante de um coração de porco geneticamente modificado no hospital de Maryland. Ele morreu dois meses mais tarde.
Adicionar comentário