O casal brasileiro de origem alemã radicado em Forquilhinha, Santa Catarina, Gabriel Arns e Helene Steiner, teve 16 filhos. A 13ª, uma menina, deram o nome de Zilda. Enfrentando os preconceitos do começo dos anos 1950, ela conseguiu ingressar num curso que era frequentado quase que exclusivamente por homens: Medicina. Especializou-se em pediatria e dedicou toda sua vida às crianças e, mais à frente, aos idosos. Em comum nesse universo atendido por ela, a pobreza, a miséria como ela é, sem retoques. Foi uma das fundadoras da Pastoral da Criança e mais tarde, também a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também criou e assumiu a coordenadoria da Pastoral da Pessoa Idosa. A doutora Zilda Arns, apesar de refratária a entrevistas, nunca dizia não quando era para falar sobre a Pastoral das Crianças:
Essa entrevista dada pela doutora Zilda Arns foi no dia 17 de novembro de 2001, no programa Ciranda da Cidade, ao apresentador Vinicius França. No dia 12 de janeiro de 2010 ela se encontrava em Porto Príncipe, em missão humanitária para criar a Pastoral da Criança no País. Já estava no último parágrafo de uma palestra para religiosos no interior de uma igreja, quando ocorreu um terremoto e a edificação veio abaixo. Entre as vítimas fatais estava a notável médica e sanitarista brasileira, anjo da guarda dos desassistidos, Zilda Arns. Morreu quando falava da importância de se cuidar das crianças como um “bem sagrado, promovendo o respeito a seus direitos e protegendo-as tal qual os pássaros cuidam de seus filhos”. Ela era mãe de seis filhos e tinha 10 netos quando morreu.